Hospitais privados do estado de São Paulo registraram uma diminuição na faixa etária dos pacientes internados com Covid-19 nos últimos dez dias: 57% deles têm entre 40 e 50 anos, e apenas 18% têm 60 anos ou mais.
As unidades ainda tiveram um aumento de 20% em internações em leitos clínicos por Covid-19 nos últimos dez dias, ante uma queda de 6% no número de internados em UTIs no mesmo período.
De acordo com o SindHosp (sindicato dos hospitais, clínicas e laboratórios paulistas), responsável pelo levantamento, o dado pode indicar que os casos do novo coronavírus estejam chegando com menor gravidade aos hospitais. "Mas esse recuo de 6% nas internações em UTI não alivia a pressão sobre o sistema de saúde. Continuamos no limite", afirma o presidente do SindHosp, Francisco Balestrin.
Leia mais:
Plataforma dá mapa para acesso ao aborto em casos de feto incompatível com a vida
Câncer de mama é o que mais mata mulheres, diferentemente do que diz médica investigada
Com tumor raro, jovem do Ceará sofre alteração na cor da pele
Instituto Não Me Esqueças oferece palestra e curso gratuitos sobre Alzheimer
A queda na faixa etária, por sua vez, pode estar associada ao processo de vacinação no país, iniciado entre os idosos.
Realizada entre 14 e 18 de junho, a pesquisa identificou que 66% dos 101 hospitais entrevistados tiveram aumento de internações nos últimos dez dias. Juntos, eles somam 4.089 leitos de UTI para Covid e 9.593 leitos clínicos para a doença.
Dos respondentes, 81% relataram ocupação de leitos clínicos acima de 80% -em 1º de junho, apenas 67% deles tinham ocupação superior a 80%.
Já em relação aos leitos de UTI, 83% dos hospitais afirmam ter ocupação superior a 80%. Na pesquisa anterior, 88% dos hospitais privados registravam ocupação acima desse índice.
O tempo de internação dos pacientes Covid-19 é de 8 a 14 dias em 67% dos hospitais.
A pesquisa do SindHosp ainda identificou que os custos com o "kit intubação" continuam em alta: 65% das unidades hospitalares detectaram aumento de preços dos medicamentos utilizados no procedimento, e 79% afirmam que esse reajuste foi superior a 100%.
Para os respondentes, os maiores problemas no combate à epidemia do novo coronavírus são o afastamento de colaboradores por problemas de saúde, a falta de profissionais de saúde e o número de pacientes com Covid-19 superior à capacidade do hospital.