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Hepatites virais matam 3,5 mil pessoas por dia no mundo, afirma OMS

10 abr 2024 às 11:05

As mortes causadas por hepatites virais vêm aumentando no mundo. A doença já figura como a segunda principal causa infecciosa de morte no planeta, com 3,5 mil óbitos por dia e 1,3 milhão por ano – mesmo total de falecimentos por tuberculose, que ocupa o primeiro lugar no ranking. O alerta foi feito na terça-feira (9) pela OMS (Organização Mundial da Saúde).


Estudo divulgado pela entidade frisa que, mesmo com melhores ferramentas de diagnóstico e tratamento disponíveis, além da queda no preço desses artigos, a testagem e a quantidade de pacientes em tratamento estagnaram. “Mesmo assim, atingir a meta de eliminação das hepatites virais até 2030, proposta pela OMS, ainda é algo possível, desde que medidas rápidas sejam tomadas agora”.


Os dados apontam que as mortes por hepatites virais registradas em 187 países foram de 1,1 milhão em 2019 para 1,3 milhão em 2022. Do total, 83% foram causadas pela hepatite B e 17%, pela hepatite C. Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, os óbitos aumentaram porque pouquíssimas pessoas com a doença têm acesso ao diagnóstico e tratamento adequado.


Casos


A estimativa do organismo é que 254 milhões de pessoas viviam com hepatite B e 50 milhões com hepatite C em 2022 – mais da metade das infecções foram registradas em adultos com idade de 30 a 54 anos e 12%, entre crianças e adolescentes menores de 18 anos. Homens respondem por 58% de todas as infecções.


Mesmo com leve queda no número de casos entre 2019 e 2022, a incidência da doença no mundo, conforme a OMS, permanece alta. Em 2022, foram contabilizadas 2,2 milhões de novas infecções, contra 2,5 milhões em 2019. “Mais de 6 mil pessoas estão sendo infectadas por hepatites virais todos os dias”, apontou o estudo.


Tratamento


Os números informam que, em todas as regiões do mundo, até o fim de 2022, aproximadamente 13% das pessoas que viviam com infecção crônica por hepatite B haviam sido diagnosticadas, e 3% recebiam terapia antirretroviral indicada para tratamento. No caso da hepatite B, 36% foram diagnosticadas e 20% recebiam tratamento contra a infecção.


“Ambos os resultados estão bem abaixo da meta global de tratar 80% das pessoas vivendo com hepatite B crônica e com hepatite C até 2030. Entretanto, eles indicam uma leve, mas consistente melhora no diagnóstico e na cobertura de tratamento da doença desde o último balanço, em 2019”, comentou a OMS.


Os diagnósticos de hepatite B passaram de 10% para 13% no período, enquanto o acesso ao tratamento passou de 2% para 3%. Entre as infecções por hepatite C, o diagnóstico foi de de 21% para 36% e o acesso ao tratamento, de 13% para 20%.


Disparidades


O estudo pontua que os dados variam drasticamente. O continente africano responde por 63% das novas infecções por hepatite B. E só 18% dos recém-nascidos na região foram imunizados contra a doença após o parto. Já a região do Pacífico Ocidental responde por 47% das mortes por hepatite B, e apenas 23% das pessoas diagnosticadas têm acesso ao tratamento.


Bangladesh, China, Etiópia, Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Rússia e Vietnã, juntos, têm quase dois terços do fardo global das hepatites B e C. “Alcançar o acesso universal à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento nestes dez países até 2025, juntamente com esforços intensificados na região africana, é essencial para colocar a resposta global de volta no caminho certo e cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.


Recomendações


Entre as recomendações da OMS, com o objetivo de acelerar o combate às hepatites virais, estão ampliar o acesso à testagem e ao diagnóstico; ofertar tratamento equitativo; ampliar os esforços de prevenção na atenção primária; e mobilizar financiamentos inovadores.


“O financiamento para as hepatites virais, tanto em nível global como no âmbito dos orçamentos de saúde de cada país, não é suficiente para satisfazer as necessidades. Isso resulta de uma combinação de fatores, incluindo a consciência limitada de intervenções e ferramentas que podem salvar vidas, bem como prioridades concorrentes nas agendas globais de saúde”, concluiu.


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