A gestação na adolescência representa a maior parte das gestações em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. No país, a taxa de gestantes com menos de 17 anos é de 57%, um pouco menos do que em países da África Subsaariana, em que passa dos 60%. Os dados estão em um relatório do Unfpa (Fundo de População das Nações Unidas), divulgado nesta semana.
A pesquisa traz um panorama de todos os países em desenvolvimento. Mais de 30% das gestações são de adolescentes. No Brasil, o estudo aponta ambém que, além de altos níveis gestações infantis, a tendência tem sido de elevação ao longo do tempo. No período avaliado pelo Unfpa, o Brasil registrou um crescimento de 10% de partos entre meninas.
Segundo a líder para meninas adolescentes do Unfpa, Satvika Chalasani, o resultado do país condiz com pesquisas regionais. Conforme a entidade, a região da América Latina e do Caribe é a única do mundo onde a idade da primeira relação sexual está caindo. Ou seja, perde-se a virgindade cada vez mais cedo.
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O relatório traz recomendações aos países em desenvolvimento para diminuir o número de gestações na infância e adolescência. Incluem-se a necessidade de fornecer educação sexual abrangente, apoio social e serviços de saúde de qualidade, bem como de apoio econômico às famílias e envolver organizações locais.
A Unfpa ainda acredita que a redução de gestações precoces passa pela adoção de uma política de apoio e estrutura legal que reconheça direitos, capacidades e necessidades de adolescentes, particularmente meninas adolescentes marginalizadas.