A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) oficializou pedido ao Ministério da Saúde para desenvolver uma vacina contra a dengue no Brasil. Se aceita, a produção será da Qdenga, da fabricante japonesa Takeda, por meio de acordo de transferência de tecnologia na modalidade PDP (Parceria para o Desenvolvimento Produtivo).
As informações foram confirmadas pela Takeda e pela Fiocruz. A instituição brasileira afirmou, em nota, que poderá dar mais detalhes a respeito do processo “após a avaliação da proposta encaminhada”.
O Ministério já havia comunicado anteriormente que foram adquiridas quatro milhões de doses da vacina do laboratório japonês em 2024 e que, para 2025, havia contrato para distribuição de nove milhões de doses.
Leia mais:
Estados brasileiros registram falta ou abastecimento irregular de, ao menos, 12 tipos de vacinas
Saúde do homem é tema de live com médicos londrinenses em novembro
Diabetes atinge mais de 36 mil londrinenses
Atendimento a dependentes de apostas cresce sete vezes no SUS, com alta entre mulheres
Conforme dados da pasta, que constam no painel de monitoramento de arboviroses, foram 6.547.438 de casos prováveis de dengue, 5.613 mortes confirmadas e 1.499 óbitos em investigação em 2024.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) define a Qdenga como uma vacina viva atenuada que contém versões enfraquecidas dos quatro sorotipos do vírus que causa a dengue. A organização recomenda que a dose seja aplicada em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em locais com alta transmissão de doença. A Qdenga deve ser administrada em esquema de duas doses com intervalo de três meses entre elas – esquema vacinal atualmente adotado no Brasil.
O imunizante teve o registro aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em março de 2023. O processo permite a comercialização da vacina no Brasil, desde que mantidas as condições aprovadas. Em dezembro de 2023, o ministério anunciou a incorporação do insumo no SUS (Sistema Único de Saúde).
A Qdenga começou a ser aplicada na rede pública de saúde em fevereiro. Devido à quantidade limitada de doses a serem fornecidas pelo próprio fabricante, a imunização foi feita apenas em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações depois dos idosos. Pessoas com mais de 60 anos não têm indicação para receber a dose em razão da ausência de estudos clínicos.
Além da Qdenga, ainda está em desenvolvimento uma vacina contra a dengue pelo Instituto Butantan. A previsão é que, ainda em 2024, o pedido de registro seja submetido à Anvisa.