Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Entenda

Fiocruz diz operar no limite e que não consegue atender demanda por vacina da dengue

Mateus Vargas - Folhapress
05 jun 2024 às 10:55

Compartilhar notícia

- Fernando Frazão/Agência Brasil
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) afirma que "trabalha no limite" e depende da construção de uma nova fábrica para conseguir atender a demanda do SUS (Sistema Único de Saúde) pela vacina da dengue.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Leia mais:

Imagem de destaque
Temas sensíveis

Redes sociais viram ferramenta para urologistas discutirem saúde sexual masculina

Imagem de destaque
Saúde

Mortes por AVC caem no Brasil, mas aposentadorias por invalidez dobram

Imagem de destaque
Saiba mais

Exposição a calor extremo de menores de 1 ano aumentou 250% no Brasil de 2014 a 2023

Imagem de destaque
Mais de 350 mil

Queixas contra planos de saúde quase quadruplicam em cinco anos

O órgão público diz que a sua estrutura atual exige cortar a entrega de outros imunizantes para produzir a Qdenga, modelo disponível no sistema público contra a arbovirose.

Publicidade


O governo Lula (PT) aposta em uma parceria entre a Takeda, farmacêutica fabricante da vacina, e a Fiocruz para expandir a oferta das doses no Brasil.


Em março, a ministra Nísia Trindade disse que o acordo estava perto de ser assinado. "Já estamos no caminho, mas a data não vou divulgar agora, para isso ser feito com precisão."

Publicidade


A Fiocruz declara, em nota, que as tratativas avançaram, mas ainda não aponta quando será assinada a parceria nem estima quantas doses serão fabricadas.


A fundação afirma que a produção da Qdenga vai ocupar a mesma plataforma de outros imunizantes, como da febre amarela e a tríplice viral, exigindo "balanceamento na carteira de vacinas ofertadas". A Fiocruz e o ministério ainda devem decidir quais imunizantes serão cortados.

Publicidade


Em documentos internos, a fundação aponta dificuldades ainda maiores para produção da Qdenga e cita esgotamento do laboratório Bio-Manguinhos.


"A produção da vacina contra a dengue da farmacêutica Takeda implicará, necessariamente, na interrupção ou redução drástica da produção de outras vacinas para o Programa Nacional de Imunizações (PNI), ou para as Agências das Nações Unidas", diz a fundação.

Publicidade


"O que pode acarretar no aumento de casos da doença e até mesmo no aumento do número de óbitos em função desta falta", afirma ainda o órgão.


Estes posicionamentos estão registrados no documento "Demandas do SUS e ausência de capacidade produtiva de Bio-Manguinhos/Fiocruz", elaborado pela fundação em abril e obtido pela Folha de S.Paulo.

Publicidade


O papel integra um processo da Fiocruz sobre a construção do "Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde", estrutura que promete quadruplicar a capacidade de produção de doses da fundação, mas ainda não tem data de conclusão.


O ministério conseguiu 6,5 milhões de vacinas da Qdenga compradas ou recebidas por doação em 2024, suficientes para imunizar 3,25 milhões de pessoas no ano em que o Brasil enfrenta a maior epidemia de dengue.

Publicidade


Para o próximo ano, o ministério comprou 9 milhões de unidades da mesma vacina. Todas serão fabricadas no exterior.


Em outro parecer, a fundação afirma que a "produção da vacina da dengue pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos para imunização da totalidade da população brasileira não é possível, hoje, porque ele já trabalha no limite de sua capacidade produtiva".


Neste mesmo documento, assinado pelas áreas de licitação e a procuradoria, o órgão ainda diz que a ampliação da capacidade produtiva da Fiocruz para fornecimento da vacina da dengue "condiciona-se à construção" do novo complexo.


O custo para construir a nova fábrica da Fiocruz supera R$ 9,5 bilhões. Além das vacinas, a estrutura abrigará "a fabricação de insumos para a terapia celular CAR-T para leucemia, linfoma, HIV e outras patologias", afirma documento interno do órgão público.


A Fiocruz ainda busca formas de conseguir verba para a obra.


O PAC deve injetar cerca de 2,1 bilhões até 2027 no laboratório. A fundação também estuda usar a verba da exportação de vacinas, além de atrair investidores.


"Os recursos complementares para o empreendimento, na ordem de R$ 6 bilhões, serão captados junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Banco Mundial, BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e bancos privados", diz a Fiocruz.


A fundação afirma que o complexo está na fase de preparação de canteiro de obras. A expectativa é concluir a fábrica em 48 meses após o começo da construção, que não tem data exata.


No processo que discute a construção, a Fundação também diz que está com a estrutura atual sobrecarregada e que teme não conseguir mais atender os padrões exigidos pela Anvisa e outros órgãos de fiscalização.


Em nota, o Ministério da Saúde declara que "existe um problema de capacidade produtiva global" para a vacina da dengue. Afirma ainda que vai priorizar instituições, "como o Butantan [que desenvolve uma vacina própria] e a Fiocruz, que apresentem projetos de aumento da produção nacional a curto prazo".


O ministério diz que "está em interação" com os laboratórios públicos para "viabilizar a máxima produção possível no país". A pasta não estimou quantas doses podem ser fabricadas no Brasil nos próximos anos.


A Takeda disse que está comprometida em buscar parcerias com laboratórios públicos para acelerar as entregas. "A busca por parcerias nacionais faz parte de um plano estratégico da Takeda para incrementar o fornecimento global da vacina Qdenga, atingir a meta de 100 milhões de doses por ano até 2030."


Imagem
Novo boletim da Sesa traz mais de 32 mil novos casos e 21 óbitos por dengue
A agressividade do avanço da dengue diminuiu na RS (Regional de Saúde) de Londrina, mas ainda é a divisão que contabiliza
Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo