O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM) não vai fazer a inscrição dos 20 médicos formados no exterior que vieram ao Estado para participar do programa "Mais Médicos". De acordo com o CRM, os profissionais não apresentaram toda a documentação necessária. Um ofício foi enviado pelo conselho ao coordenador do programa Mais Médicos informando sobre a situação.
Segundo o CRM-PR, dentre os documentos apresentados pelos profissionais estão cópias simples dos diplomas de medicina, sem tradução juramentada para o português, fotos sem identificação clara, além de documentos e formulários trocados. O conselho alega ainda não foi informado nomes de tutores e supervisores, nem os locais onde os médicos irão trabalhar, impossibilitando a fiscalização e a determinação de quem será o responsável pela atuação desses profissionais.
Receba nossas notícias NO CELULAR
WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp.Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.
Porém, um parecer publicado no Diário Oficial da União na última segunda-feira (16), determina que os conselhos só podem exigir os documentos estabelecidos pela Medida Provisória (MP) 621/2013, que institui o programa "Mais Médicos". Neste caso, a exigência de informações extras, tais como: revalidação de diploma, os nomes do tutor e do supervisor e o endereço das Unidades Básicas de Saúde (UBS) onde os profissionais iriam atuar, se encaixaria como ação de improbidade administrativa, deixando os Conselhos sujeitos a ações judiciais.
Na ocasião da publicação, o Advogado-Geral da União, ministro Luís Inácio Adams, afirmou que as exigências dos conselhos regionais têm conteúdo político, não jurídico nem técnico. "A finalidade é impedir o andamento do programa. Qualquer negação de registro é descabida, indevida e viola a lei. Não podemos aceitar que o programa seja atacado com medidas postergatórias".
Para o presidente do CRM-PR, Alexandre Gustavo Bley a não apresentação dos documentos pode significar riscos ao atendimento da população. "O conteúdo da documentação falha em garantir que essas pessoas realmente são profissionais com a formação e capacidade adequadas para que se possa atestar sua permanência e desenvolvimento de atividades no Estado. Preocupa-nos a forma com que a documentação foi checada, cabendo uma pergunta: quem conferiu a veracidade dos diplomas, já que recebemos apenas cópias?"
Dos 20 médicos formados no exterior que solicitam a inscrição para atuar no Paraná, dez são brasileiros. Eles são formados em países como Argentina, Espanha, Rússia, Portugal, México, Itália, Egito e Venezuela.