A sexta-feira foi de festa no Hospital Infantil de Londrina. Ana Lívia, de seis anos, está voltando para casa quatro meses após passar por uma cirurgia de transplante cardíaco inédito na cidade.
"O que mais quero é minha cama", afirma a pequena paciente que conquistou os profissionais do Hospital por sua luta pela vida nesses 7 meses de internação e ganhou uma festa de despedida dos funcionários.
Mesmo indo para casa, Ana Lívia será acompanhada bem de perto. Segundo o cirurgião cardíaco Luiz Takeshi, um dos médicos que realizou o transplante, ela fará retorno ambulatorial toda semana nos primeiros meses. Ana Lívia retorna à vida normal de uma criança, com os cuidados necessários a qualquer transplantado, como uso de máscara nos primeiros meses para prevenir infecções e uso de medicamentos que a acompanharão sempre, entre eles os imunossupressores (contra a rejeição do organismo ao novo órgão).
O transplante - Com 2h40 de duração, a cirurgia de Ana Lívia foi considerada um sucesso. No dia seguinte, menos de 12 horas após a cirurgia, a paciente foi extubada (saiu do respirador), chamou pela mãe e pediu suco de maçã. Depois de 22 dias de UTI, no final de junho Ana Lívia foi para um quarto da pediatria do Hospital.
Fora do centro cirúrgico do Hospital Infantil, calcula-se que outros mais de 110 profissionais se envolveram em todo processo de apenas 4 horas desde a retirada do órgão em Joinville e o transplante em Londrina. Entre eles, a equipe médica e de enfermagem da UTI do Hospital Infantil, os profissionais das Centrais de Transplante envolvidas, o transporte aéreo entre os dois estados e os 20 batedores da Polícia Militar que fizeram a escolta do coração até o Hospital.