A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sugeriu nesta sexta-feira (26) limitar a entrada no Brasil de quem esteve, nos últimos 14 dias, em seis países africanos: África do Sul, Botsuana, Suazilândia (Eswatini), Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
A ideia é evitar que se espalhe no Brasil uma nova variante da Covid-19 potencialmente mais transmissível, a B.1.1.529.
Os ministérios da Casa Civil, Justiça e Saúde vão decidir se acatam ou não as sugestões da Anvisa de controle sanitário de fronteiras. Como revelou o jornal Folha de S.Paulo, o governo ignora desde o último dia 12 a sugestão da agência de adotar o "passaporte da vacina" para entrada por terra ou em voos internacionais no Brasil.
Leia mais:
Saúde instala armadilhas para monitorar mosquito da dengue em Apucarana
Prevenção contra dengue, zika e chikungunya deve ir além do 'evite água parada', diz Unicef
Paraná deve receber nova remessa com 96.600 doses de vacina contra a Covid-19
Ministério da Saúde nega 'desabastecimento generalizado' de vacinas no Brasil
Nesta sexta, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) descartou fechar aeroportos, mas afirmou disse que uma nova onda do novo coronavírus está a caminho.
Em nota técnica, a Anvisa afirma que países como Itália, Alemanha e Reino Unido já adotaram medidas de restrição de trânsito de viajantes de regiões com registro da nova variante.
"Essa nova variante parece ter maior transmissibilidade e provavelmente está ligada ao aumento contínuo de infecções por SARS-CoV-2 nos referidos países, cuja cobertura vacinal ainda encontra-se baixa", diz a agência.
A Anvisa faz três recomendações:
1) suspensão imediata dos voos vindos destes seis países africanos;
2) suspensão da autorização de desembarque no Brasil de viajantes que passaram por esses mesmos seis países nos últimos 14 dias;
3) em casos excepcionais, como de pessoas que integram o corpo diplomático desses países, a proposta é realizar quarentena no Brasil após o desembarque.
Na nota técnica, a Anvisa observa que não há voos destes países ao Brasil. Na prática, a medida deve ter maior impacto para viajantes que estiveram em algum destes locais nas últimas duas semanas.
Se for aceita a restrição, será preciso ficar pelo menos 14 dias fora destas regiões antes de entrar no Brasil.
"A Anvisa alerta que as medidas aqui sugeridas possuem caráter temporário, devendo ser revistas conforme a evolução do cenário epidemiológico mundial, podendo também ser estendidas a outros países nos quais forem detectadas a circulação de novas variantes do vírus SARS-CoV-2", afirma a nota da agência.
Atualmente não há uma lista de países sob restrição para entrada no Brasil. O governo já adotou limitações a quem esteve no Reino Unido, África do Sul, Irlanda do Norte e Índia, também para evitar a chegada de novas variantes.
A nova variante surge num momento em que países europeus já vinham retomando restrições devido ao aumento de casos de Covid. A notícia derrubou Bolsas, petróleo e criptomoedas em todo o mundo.