Um projeto inédito tem como objetivo auxiliar médicos oftalmologistas no diagnóstico do glaucoma, com o uso de técnicas de IA (Inteligência Artificial). O projeto é liderado pelo professor Edson Gomi, vice-presidente da Seção Sul Brasil do IEEE (The Institute of Electrical and Electronics Engineers), organização profissional dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, o estudo funciona em parceria com Laboratório de Glaucoma da Unicamp (Universidade de Campinas), a cargo do professor Vital Costa. Gomi reforça que os novos algoritmos auxiliam os oftalmologistas a garantirem maior precisão no diagnóstico e tratamento desta doença ocular que provoca lesões no nervo ótico e pode levar a cegueira.
De acordo com alerta da OMS (Organização Mundial da Saúde), são registrados 2,4 milhões de novos casos de glaucoma anualmente. No Brasil, esse número chega a cerca de 40 mil pessoas, e 33% dos pacientes que buscam tratamento para a doença estão em estágio avançado. O projeto foi desenvolvido por meio do método de ‘aprendizagem de máquina’, onde o sistema é alimentado com dados fornecidos pelos exames de pacientes com suspeita da doença. Após processar todas as informações, o algoritmo avalia se o paciente possui ou não glaucoma. "Alimentamos o algoritmo com dados clínicos, ou seja, as características de alguém que têm ou não têm glaucoma. O algoritmo apresenta uma avaliação positiva ou negativa, com parâmetros estabelecidos pelo médico", comenta o membro do IEEE.
Ainda segundo Gomi, o algoritmo procura reduzir possíveis erros nos diagnósticos de glaucoma a partir da avaliação dos exames de campo visual e de tomografia de coerência óptica. Ele verifica a espessura da fibra nervosa óptica e revela se o caso é glaucoma ou não. Gomi também ressalta que o uso do algoritmo permitirá processos de diagnóstico mais eficazes, pois mais pessoas serão diagnosticadas e atendidas em menos tempo.