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Cambé registra duas mortes de crianças por suspeita de dengue

17 mar 2025 às 20:31

A Secretaria Municipal de Saúde de Cambé (região metropolitana de Londrina) e Secretaria de Saúde do Paraná investigam quatro mortes possivelmente ocasionadas por dengue no município. Os óbitos, de dois adultos e duas crianças, estão sob investigação epidemiológica e os resultados devem ser liberados em cerca de duas semanas.


As crianças, de três anos e 11 meses e nove anos, moravam na zona oeste de Cambé, região que enfrenta um alto índice de infestação do mosquito da dengue. A mais nova residia no Conjunto Habitacional Antônio Euthymio Casaroto. Na última semana, estava em acompanhamento médico com suspeita da doença na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Cambé. A secretária de Saúde do município, Talita Maria Bengozi, traçou a piora de seu quadro clínico à FOLHA.


“Ela deu entrada na Santa Casa, na terça-feira (11), com quadro de convulsão, e lá ele evoluiu muito rápido, tendo crises convulsivas. Foi chamado o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para transferir essa criança para um hospital terciário em Londrina, mas, quando o Samu chegou, ela já tinha evoluído para a parada cardiorrespiratória. No momento da intubação, a criança não resistiu”.


A menina de nove anos, moradora do Jardim Riviera, foi atendida na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Cambé na última quarta-feira (12). Ela foi levada à Santa Casa do município com suspeita de apendicite.  Encaminhada ao HU (Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina), a equipe médica realizou um teste rápido de dengue na criança, que teve resultado positivo. Após o agravamento do caso, a menina foi levada à UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do Hospital e faleceu na sexta (14).


"A gente não pode afirmar que é dengue com esses exames (rápidos), o positivo ou negativo não confirmam dengue. Precisamos dos outros exames, que podem levar de 10 a 15 dias para sair o resultado”, explicou a secretária. Ela também não soube informar se as crianças tinham comorbidades. Os óbitos dos adultos, uma mulher de 43 anos falecida no dia 5, e um homem de 68 anos falecido neste domingo (16), também estão sendo analisados pelas secretarias.


AÇÕES PARA PREVENÇÃO


Desde o início do ano, Cambé registrou 2.610 notificações de dengue, com 249 casos confirmados. A Secretaria de Saúde promoveu um mutirão de limpeza contra a doença no último sábado (15), com o objetivo de conter a dengue e ajudar moradores a limpar seus quintais. O Jardim Riviera, em que a criança de 9 anos residia, foi um dos bairros contemplados pela ação.


“A região em que está o maior número de concentração de casos confirmados de dengue é ali no Silvino, Novo Bandeirantes, Riviera. Ali é o maior número de notificações e casos confirmados. O fumacê está passando naquela região, tanto a região do Silvino, Novo Bandeirantes, São Paulo, Santo Amaro, para segurar os casos e impedir que se espalhe para o resto da cidade”, informou Bengozi.


Ainda nesta semana, a Prefeitura de Cambé deve retomar a aplicação do inseticida contra a dengue nos Jardins São Paulo, Novo Bandeirantes, Santo Amaro, Silvino, Algacyr Ferreira, Montecatini, Riviera e Parque Residencial Manela.


PORECATU


Dos 21 municípios abrangidos pela 17ª Regional de Saúde, Porecatu, a cerca de 80 quilômetros de Londrina, é a cidade com mais casos de dengue confirmados desde o início do ano, com 1.100. No momento, são 471 casos suspeitos e 126 descartados, além de um óbito confirmado e outro em investigação, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Porecatu atualizados na última sexta-feira (14).


Ao repassar as informações, a Prefeitura pediu que a população se atente aos sintomas da doença, como febre, dor no corpo, atrás dos olhos e de cabeça, além de manchas vermelhas pelo corpo. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde do município, mas não teve retorno até a publicação dessa reportagem.


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