Em Cambé, o ano de 2021 começou com o aumento de quase 30% nos casos da COVID-19 em relação a dezembro de 2020. Só em janeiro deste ano foram confirmados 1267 casos de infecção pelo novo coronavírus, enquanto em dezembro foram 980 casos. Além disso, no primeiro mês do ano a cidade registrou um recorde de casos ativos da doença: no último dia 23, 640 pessoas estavam contaminadas com o vírus, sendo 629 em tratamento domiciliar e 11 no hospital.
A enfermeira da Secretaria de Saúde, Ana Carolina Stutz, afirma que o aumento de casos no último mês de 2020 e no primeiro mês de 2021 tem relação com as festas de fim de ano e a expectativa da vacina. "Geralmente no Natal e no Ano Novo as pessoas se reúnem muito ou vão viajar e, além de já estarem cansadas de um ano inteiro de pandemia, as novidades sobre a vacina levaram a uma explosão de casos”, justifica. A enfermeira ressalta que muitas pessoas ainda não compreendem que a vacina é uma medida a longo prazo e não momentânea.
Sobre a população mais afetada pelo vírus, Stutz esclarece que a faixa etária mais contaminada - desde o início da pandemia - é a de 20 a 39 anos. "É a população mais ativa, aquela que sai mais de casa, seja para trabalhar ou para qualquer outra atividade”, explica. Em janeiro deste ano, a cidade registrou 17 mortes, o dobro da média de falecimentos nos últimos 11 meses, que foi de 7,5 óbitos por mês. Stutz explica que com o aumento dos casos, também houve um aumento nas mortes: "um fator interfere no outro. Além disso, a faixa etária que mais teve óbitos é a de pessoas com mais de 60 anos, com 41 óbitos”, continua. A enfermeira justifica que, com base no rastreamento feito pela Secretaria de Saúde, as pessoas com mais de 60 anos possuem mais comorbidades e são mais vulneráveis às complicações da doença.
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Imunização
Em Cambé, a vacinação contra a COVID-19 teve início no dia 19 de janeiro. A primeira pessoa a receber a dose da vacina foi a técnica de enfermagem da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Cambé 4, Onofra Tavares, de 65 anos. Até o momento, 982 pessoas já foram vacinadas na cidade e outras 410 doses ainda vão ser aplicadas, de acordo com o Plano Estadual de Vacinação. Cambé recebeu 852 doses da CoronaVac, do Instituto Butantan e 540 doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, disponibilizada pela Fiocruz.
Ana Carolina Stutz esclarece que o grupo prioritário é formado pelos profissionais da saúde da linha de frente e idosos institucionalizados, ou seja, aqueles que residem em abrigos de longa permanência. Em Cambé, já foram vacinadas pessoas dos seguintes locais: todas as UBS’s do município, Samu, residentes e funcionários do abrigo Pe. Manoel Coelho, UPA, Santa Casa de Cambé, Hospital São Francisco, Centros de Atenção Psico-social, servidores dos almoxarifados das instituições de saúde, os coletores e os responsáveis pelo processamento dos exames da COVID-19 dos laboratórios particulares e o pessoal da Vigilância em Saúde. O cronograma também prevê a vacinação de outros grupos com a chegada de novos lotes dos imunizantes. Os próximos subgrupos com previsão de vacinação são: trabalhadores dos demais serviços ambulatoriais e hospitalares, trabalhadores das farmácias, funcionários das funerárias que podem ter contato com pessoas contaminadas, cuidadores domiciliares, doulas e trabalhadores atuantes em áreas administrativas, gerência e gestão da saúde como, por exemplo, os diretores de hospitais.
Stutz ressalta que na quarta-feira, 3 de fevereiro, vão ser vacinadas os profissionais da saúde que são do grupo prioritário, mas que por algum motivo ainda não foram vacinados. "As 410 doses que ainda temos vão ser utilizadas para vacinar o restante dos funcionários da Santa Casa de Cambé e do Hospital São Francisco, as funcionárias que estavam grávidas ou amamentando, quem teve a doença a menos de um mês e que não pode tomar antes ou que tomou outra vacina a menos de 20 dias”, pontua.
A enfermeira ressalta que não há uma data definida para as próximas vacinações e que a Secretaria Municipal de Saúde ainda aguarda a chegada dos insumos da Secretaria Estadual de Saúde.