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Brasil testa 'armas' contra o Aedes aegypti

11 dez 2015 às 15:34

O Brasil enfrenta uma tríplice epidemia do zika vírus, dengue e febre chikungunya. Em comum, essas doenças têm o vetor de transmissão, o mosquito Aedes aegypti, inseto que está longe de ser exterminado, mas cujo controle poderia significar a solução a todos esses problemas.
Dois projetos promissores de biotecnologia vem sendo testados no país há alguns anos, entretanto, os resultados ainda não são sentidos em larga escala.

A reportagem da BBC Brasil apurou que o primeiro, que aposta em um esquema de inoculação do inseto com uma bactéria que o impede de transmitir doenças tropicais, ainda está em fase de testes e seu impacto levará de 3 a 5 anos para ser avaliado.


A estratégia do segundo projeto visa o extermínio do mosquito em determinadas regiões através do uso de espécies manipuladas geneticamente. A técnica teria sido testada com sucesso, segundo a empresa que "fabrica" o mosquito transgênico - mas causou polêmica em Jacobina (BA), cidade que serviu de teste-piloto. Mesmo assim, a cidade de Piracicaba (SP), adotou o programa desde abril, com resultados promissores (ou 'e ainda não trouxe resultados concretos').


O mosquito inoculado
No Rio de Janeiro, a Fundação Oswaldo Cruz, Fiocruz, está inoculando mosquitos com a bactéria Wolbachia, na esperança de incapacitar o inseto a transmitir doenças tropicais.
Essa proposta seria uma solução não transgênica ao controle das doenças, pois exclui alteração genética.


"A estratégia da Wolbachia é diferente pois tem como objetivo a substituição da população de mosquitos que eram aptos a transmitir o vírus da dengue por mosquitos que não conseguem transmitir. O nicho biológico não é mexido, os mosquitos continuam lá", explicou à BBC Brasil o pesquisador e coordenador do projeto Luciano Moreira.


A presença da bactéria no organismo do mosquito bloquearia a transmissão de doenças tropicais. A pesquisa da Fiocruz é em parceria com a universidade australiana Monash e faz parte de um projeto global de combate à dengue.

Machos com Wolbachia que acasalam com fêmeas nativas resultam em ovos que não vingam. Já o cruzamento entre dois mosquitos com Wolbachia resulta em filhotes portadores. Quando apenas a fêmea está infectada, os ovos que ela gerar também carregarão a bactéria consigo.
O coordenador mundial do projeto, o cientista australiano Scott O'Neil, afirmou que esse mecanismo funciona não apenas para a dengue, mas também para diversas outras doenças, inclusive para o zika.
(com informações do site BBC)


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