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'Bebê Ozempic': canetas estariam ligadas a casos de gestação inesperadas

07 mai 2024 às 16:27

O Ozempic, uma medicação injetável usada em casos de diabetes e obesidade, vem sendo muito utilizada por pessoas que buscam emagrecer. Entretanto, recentemente, a gravidez inesperada vem sido apontada como um dos supostos efeitos colaterais do uso da medicação. 


Um comunidade com mais de quinhentos participantes no Facebook reúne vários relatos de quem afirma ter engravidado, mesmo fazendo uso de anticoncepcional, utilizando o Ozempic. Além disso, os relatos estão sendo postados também no TikTok. O fenômeno já recebeu o nome de "bebê Ozempic". 


O especialista em fertilidade e Diretor Médico do FertGroup, Dr. Edson Borges, explica que o efeito pode estar ligado ao fato de que o medicamento não age somente na perda de peso, mas também na correção de eventuais desequilíbrios hormonais e metabólicos que podiam estar prejudicando a fertilidade. 


“Em geral, essas drogas agem simulando a ação do GLP-1, hormônio produzido no intestino, que regula a glicemia, diminui a fome e aumenta a saciedade. Sabidamente, a obesidade e o diabetes são considerados doenças crônicas que afetam a fertilidade. Portanto, quando essas condições de saúde são tratadas adequadamente, as chances de engravidar aumentam”, explica o médico.


Em muitos dos relatos compartilhados nas redes sociais, as mulheres compartilham terem enfrentado problemas passados com infertilidade, como a síndrome dos ovários poliscísticos, falta de ovulação e obesidade, assim, o uso do medicamento pode ser um fator decisivo por melhorar os índices metabólicos e contribuir para o equilíbrio hormonal, levando a maiores chances de gravidez, conta Dr. Edson. 


Para as mulheres passando pelo fenômeno do "bebê Ozempic", a dúvida sobre a interferência do medicamento na absorção de contraceptivos orais foi levantada como um suposto fator capaz de levar á falha no controle de natalidade em algumas situações. Para isso, o especialista explica que seriam necessárias análises específicas de cada caso e mais pesquisas para geração de dados suficientes para entender se a relação existe de fato. 


Atualmente, o médico explica que não é possível afirmar os tipos de efeitos adversos que podem ser ocasionados, como problemas à formação do bebê ou aumento no risco de aborto espontâneo, para as mulherem que engravidam utilizando o medicamento, já que os estudos clínicos iniciais com Ozempic e drogas semelhantes não foram realizados em mulheres grávidas ou que querem engravidar. 


“A orientação geral para as mulheres é que sempre busquem aconselhamento médico especializado antes de fazer uso de medicações com semaglutida, tanto para obesidade quanto para diabetes tipo 2. Os riscos e benefícios devem ser avaliados de acordo com cada caso. Especificamente para casos a mulheres em processo de emagrecimento que desejem engravidar ou, por ventura, descubram uma gestação, a recomendação é suspender o uso de canetas injetáveis”, finaliza o Dr. Edson Borges.


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