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Atendimentos por problemas digestivos mais que dobraram nos estados atingidos por queimadas

Raquel Lopes - Folhapress
04 out 2024 às 11:55

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- Pixabay
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Dados do Ministério da Saúde mostram que os atendimentos por problemas digestivos registrados nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) mais que dobraram no período das queimadas.

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Foram registrados 49.982 atendimentos no país entre 30 de junho e 10 de agosto. Já no período entre 11 de agosto e 21 de setembro, o número saltou para 136.712.

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Nos casos relativos ao sistema respiratório, o aumento foi de 21%. Passaram de 407.334 entre 30 de junho e 10 de agosto para 492.057 no período de 11 de agosto a 21 de setembro.


As informações foram divulgadas pelo ministério nesta quinta-feira (3). A pasta não informou dados específicos por estado.

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Os números podem ser ainda maiores tendo em vista que foram coletados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica, cujo preenchimento é realizado por estados e municípios de forma facultativa.


Participaram da discussão secretários de Saúde dos estados da região Norte, além de representantes do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde).

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Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, há uma forte pressão sobre o sistema de saúde, especialmente nas UBSs e unidades de UPAs (Unidade de Pronto Atendimento).


"Não há um impacto de falta de leitos, algo que a gente possa sinalizar como um grande alerta nesse sentido, mas não queremos chegar a essa situação. Por essa razão nós estamos trabalhando a importância também da orientação", disse a ministra.

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De acordo com Felipe Proença, secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, as unidades continuam conseguindo responder a esse aumento.


O secretário ressaltou que, inicialmente, foi registrado um aumento nos casos de náusea e vômito. Com o agravamento da situação, especialmente em razão da fumaça das queimadas, também houve crescimento de quadros de síndromes respiratórias, como asma, rinite.

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"Em algumas localidades, os casos dobraram, principalmente em sintomas gastrointestinais e respiratórios", observou.


Proença também destacou que as orientações aos municípios incluem desde a importância da hidratação até a reorganização dos serviços de saúde, como a expansão do horário de funcionamento das unidades básicas.

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Além disso, ele disse que ministério está oferecendo suporte por meio da Força Nacional do SUS e, quando necessário, realizando visitas técnicas.


Durante a reunião, a ministra da Saúde destacou que a principal preocupação da pasta é atualmente com a seca na região Norte, especialmente devido à falta de acesso à água e ao isolamento das comunidades.


Segundo a ministra, os estados do Amazonas, Acre e Rondônia são os mais críticos. Em resposta, a Força Nacional de Saúde foi enviada para esses locais.


Como a Folha de S.Paulo mostrou, a seca já paralisou o transporte de grãos pelo rio Madeira, um importante corredor hidroviário para escoar produtos do oeste do Mato Grosso e Rondônia até os terminais de exportação do Amazonas.


Em balneário de Alter do Chão, no oeste do Pará, o nível do rio Tapajós está em 91 centímetros, o menor desde 1995, quando começou a medição.


É um cenário ainda pior que o de 2010 -ano da seca considerada a mais drástica até então-, quando o nível ficou em 2 metros, segundo a Defesa Civil do município.


Devido à estiagem severa, catraias (canoas) ficam estacionadas enquanto turistas atravessavam a pé o canal que liga a vila à Ilha do Amor. Com cerca de 12 mil habitantes, Alter do Chão depende do turismo como principal atividade econômica.


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