Saúde

Live aborda Hanseníase, doença que teve 20 diagnósticos em Londrina só neste ano

26 ago 2025 às 11:58

O Brasil é o segundo país com mais casos de hanseníase no mundo, ficando atrás apenas da Índia. Em Londrina, só em 2025 foram registrados 20 novos diagnósticos dessa doença, segundo dados da 17ª Regional de Saúde. Muito embora tenha cura, a doença ainda é cercada de estigmas e falar sobre ela é o primeiro passo para vencer o preconceito, identificar sinais precoces e interromper a cadeia de transmissão. Por isso, a Associação Médica de Londrina (AML) convida a população para acompanhar mais uma edição do Encontros com a Saúde AML em formato de live, com o tema “Vamos falar sobre hanseníase?”, que será realizada nesta quarta-feira, 27 de agosto, às 20 horas, com transmissão ao vivo pelo canal da AML no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=OaGoRTzt-JY


A live vai abordar os aspectos clínicos e neurológicos da doença, alertando para os desafios dos próprios profissionais de saúde em identificá-la e a importância do diagnóstico precoce. Participam da discussão os médicos associados AML Dr. Leonardo Valente de Camargo, neurologista, a dermatologista Dra. Cristina Maria Aranda, e a médica de Família e Comunidade Dra. Maria Aline Mortati. A mediação será da dermatologista Dra. Vera Cristina Schnitzler Moure, que também trará um resgate histórico da doença.

 

Por que falar sobre hanseníase?             

 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), a falta de informação, inclusive por parte de profissionais de saúde, é mais um dos problemas que dificultam o controle da doença no Brasil. 


A hanseníase é transmitida por uma bactéria através de contato próximo e prolongado entre as pessoas. Como esta bactéria ataca os nervos, o paciente pode perder ou ter diminuição da sensibilidade à dor, ao toque, ao frio e calor, além de apresentar manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele.


Embora o país tenha avançado no controle da doença, o diagnóstico ainda é tardio, em parte porque os sintomas iniciais são confundidos com outras condições, como neuropatias, doenças reumatológicas, vasculares e outras doenças da pele. “Isso aumenta o risco de sequelas irreversíveis e perpetua o ciclo de transmissão, especialmente no ambiente familiar”, destaca a Dra. Vera Schnitzler.


Para o neurologista Dr. Leonardo de Camargo, é importante o médico saber o que vai procurar enquanto realiza um diagnóstico de hanseníase. “Muitos são os  exames que podem ser feitos para excluir ou confirmar a doença, por isso o médico precisa ter informação para fazer o diagnóstico.”

Ele destaca que entre os os sinais de alerta da doença estão manchas com alteração de sensibilidade, formigamentos persistentes e perda de força. “A hanseníase tem cura e, com o início correto do tratamento, o paciente deixa de transmitir a doença ”, reforça o médico.


Dr. Leonardo lembra que a hanseníase é uma doença de notificação compulsória, com tratamento totalmente gratuito fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O diagnóstico exige atenção clínica especializada e confirmação pela 17ª Regional de Saúde, responsável pela distribuição da medicação e controle dos casos.

 

Segundo a Dra. Vera, a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) é eliminar a transmissão da hanseníase até 2030, inicialmente a meta era uma taxa de prevalência inferior a 1 caso por 10 mil habitantes. No entanto, o Brasil ainda enfrenta desafios para atingir esse índice. O Paraná é o estado que apresenta o maior número de casos na região Sul.


Em Londrina, foram registrados 20 novos diagnósticos de hanseníase este ano, de acordo com dados da Dra. Cristina Aranda, dermatologista responsável pelos tratamentos ofertados pela 17ª Regional de Saúde. “Nos últimos anos, esse número tem variado de 35 a 40 casos por ano. Já em toda a 17° Regional,  em torno de 70”, completa. Durante a live, ela vai explicar ao público como são registradas as notificações de hanseníase e como funciona o fluxo de atendimento pelo SUS.


Já a Dra. Maria Aline Mortati vai explicar como as famílias podem ajudar no rastreamento da doença e sobre a importância de ficar de olho no aparecimento de sintomas, especialmente em crianças, porque quanto mais pessoas no ambiente, maior a chance de transmissão. O número de casos diagnosticados em menores de 15 anos é um dos parâmetros para avaliar como está a situação de transmissão da doença.


Ela ressalta que são várias as formas da doença, determinadas pelo número de lesões, mas quando a manifestação é cutânea é mais fácil de detectar. A Dra. Maria Aline reforça que nem todo mundo transmite a doença e que com o tratamento atual, em uma semana a pessoa deixa de transmitir.  “Não precisa ter medo das pessoas diagnosticadas, em tratamento e curadas, mas precisamos buscar quem tem e não sabe e não está tratando”, finaliza a dermatologista Dra. Vera Schnitzler.

 

Os “Encontros com a Saúde AML” têm apoio do Sisprime.

 

Serviço:


Live: “Vamos falar sobre hanseníase?”

Data: 27 de agosto (quarta-feira)

Horário: 20h

Transmissão pelo YouTube da AML: https://www.youtube.com/watch?v=OaGoRTzt-JY


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