O Dia Nacional de Combate ao Glaucoma é comemorado nesta segunda-feira (26), visando conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado da doença. É a primeira causa de cegueira irreversível no Brasil e no mundo, ocorrendo quando a pressão dentro do olho aumenta e lesiona o nervo óptico, responsável por levar as informações visuais até o cérebro.
Conforme o Ministério da Saúde, o glaucoma pode ser classificado como primário de ângulo aberto, primário de ângulo fechado, de pressão normal, congênito ou secundário. A evolução é lenta e, frequentemente, assintomática nos estágios iniciais. Um olho compensa os danos do outro, com os portadores notando a condição somente após terem perdas significativas no campo visual, levando a diagnósticos tardios.
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Os valores normais da pressão intraocular variam de 10 a 21 mmHg. O oftalmologista Rui Barroso Schimiti, chefe do Setor de Glaucoma do Hoftalon - Hospital de Olhos, de Londrina, explicou que “tudo que acontece no olho, trauma, inflamação, algumas alterações de estrutura, podem desencadear glaucoma. Aumenta a pressão e mata o nervo óptico”.
Além disso, os olhos fabricam um líquido chamado de humor aquoso, que mantém a pressão adequada. Se fica acumulado na porção anterior do órgão e não é drenado corretamente, leva ao aumento da pressão e danos ao nervo.
Quando a doença não é tratada, a perda de visão é progressiva, afetando o campo visual periférico e central “até fechar tudo, a pessoa enxerga 100% só por um tubo”, informou o médico. Ele recomenda exercícios físicos e meditação para pacientes com glaucoma crônico, visto que o estresse pode piorar a condição.
‘Não desejo para ninguém’
Dirceu Vicente, 72, foi diagnosticado com glaucoma há 10 anos, quando ainda era servidor na Prefeitura de São Paulo. Da noite para o dia, perdeu a visão total do olho esquerdo após sofrer uma dor de cabeça repentina. “Subiu a pressão ocular, deve ter passado de 21 (mmHg). A minha mãe fala que ele teve uma dor muito grande, de colocar bolsa de gel na cabeça e sair na chuva para tentar aliviar, de desespero”, contou o filho de Dirceu, José Eduardo Vicente, educador físico e fisioterapeuta.
Ele iniciou o tratamento em um hospital, mas, segundo ele, como “só pingavam o colírio e mandavam embora, já estava quase perdendo a vista do direito também”. Ao saber de uma testagem gratuita para a doença, que seria realizado pelo Hoftalon, seus pais vieram para Londrina para que Dirceu fosse avaliado.
Com a confirmação da doença e de catarata, Vicente passou a fazer o controle da pressão ocular no hospital, por meio de aplicação de colírio, até ser submetido a uma cirurgia cerca de quatro meses depois. “A cirurgia foi delicada porque ele perdeu o músculo que faz a contração, essa troca de escuro, que dilata a pupila. Qualquer lugar que ele sai, que há essa mudança de luz, ele fica muito mal porque a pupila dele não dilata. O médico falou que a cirurgia não dava garantia, de tão ruim que estava”, relembrou o filho.
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