A dor é um dos sintomas mais comuns e desafiadores na medicina. Para mostrar como diferentes especialidades podem atuar de forma integrada no manejo da dor, a AML (Associação Médica de Londrina) promove nesta quarta (19), às 20h, a live “Dor: muito além do sintoma”, transmitida ao vivo pelo canal da AML no YouTube.

O encontro reunirá profissionais de diferentes áreas para discutir as múltiplas possibilidades de tratamento da dor, desde métodos tradicionais até abordagens inovadoras e complementares. O objetivo é apresentar ao público uma visão ampla e integrada, que considera não apenas o sintoma físico, mas também os aspectos emocionais, comportamentais e de estilo de vida relacionados à dor.

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O neurocirurgião Carlos Zicarelli, diretor do Departamento de Neurocirurgia da AML, será o mediador da conversa, que terá como participantes a anestesiologista e especialista em dor Patricia Aletheia Alves da Silva, que atua com medicina regenerativa e prevenção; José Antonio Rocco, ortopedista e acupunturista; e a fisioterapeuta Josette Senedese Guerzoni, que atua no cuidado de pessoas com dores crônicas e disfunções posturais, por meio da abordagem somatoemocional da ginástica holística.

Segundo Zicarelli, as queixas mais comuns dos pacientes são dores na coluna, ombro, joelho, quadril e dor de cabeça. Em seu consultório, ele trabalha o conceito de neuromodulação, que é um método terapêutico que atua diretamente no sistema nervoso para modular a atividade dos nervos responsáveis pela dor, reeducando o sistema nervoso e ajudando a reduzir ou controlar a dor sem necessidade de procedimentos altamente invasivos.

“A técnica utiliza estímulos elétricos, térmicos, de frio ou calor, ou químicos aplicados em terminações nervosas específicas. Esses estímulos interferem na forma como os nervos transmitem os sinais de dor ao cérebro, diminuindo a sensação de dor”, explica Zicarelli.

Além de tratar a dor aguda das cirurgias quando atua no hospital, Patricia da Silva acompanha pacientes com dores crônicas em seu consultório. Ela destaca a importância de ver a pessoa como um todo durante o manejo da dor, integrando fatores como alimentação, reposição hormonal e saúde emocional. “Quando o paciente adere a todas as terapias, o resultado é muito melhor”, afirma.

Como ortopedista e acupunturista, José Antonio Rocco costuma tratar as dores musculoesqueléticas no ombro, quadril, coluna e joelho. Ele explica que há diferenças entre as dores miofasciais, neuropáticas e nevrálgicas. “A acupuntura ganhou um importante papel no alívio da dor, principalmente em situações de náuseas da quimioterapia ou desconfortos na gestação e já uma técnica com reconhecimento científico pela medicina baseada em evidências.”

A fisioterapeuta Josette Guerzoni traz uma abordagem corporal para o tratamento da dor, por meio da ginástica holística, técnica que promove relaxamento, alinhamento e tonificação muscular. Ela defende o movimento como ferramenta terapêutica, mesmo diante da dor crônica: “Quanto mais repouso, mais dor. É preciso enfrentar o medo e se mover com consciência.”

Josette também destaca a importância da educação do paciente sobre a própria dor, incentivando a autonomia e o autoconhecimento corporal. “O tratamento muda conforme as necessidades de cada corpo. Nosso papel é dar ferramentas para que o paciente possa se mover, respirar e iniciar sua jornada de melhora”, opina.