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Seu pet costuma comer fezes? Veterinário explica o fenômeno da coprofagia

22 jul 2024 às 17:35

A coprofagia, ou ingestão de fezes, é uma queixa recorrente entre os tutores de animais e gatos. Esse comportamente, entretanto, não pode ser considerado um hábito, devendo ser investigado por um veterinário o quando antes. 


O professor de Medicina Veterinária do CEUB (Centro Universitário de Brasília), Bruno Alvarenga, explica que o comportamento pode ser visto como um distúrbio comportamental ou resultado de problemas fisiológicos, como distúrbios gastrointestinais que afetam a absorção de nutrientes. 


O veterinário conta que a coprofagia vem do termo derivado do grego que significa "comer fezes" e esse hábito gera preocupação quando o assunto é a saúde dos pets. Ainda,  ressalta que há muitos motivos que podem levar os cães a ingerirem fezes. 


Segundo ele, o hábito pode ser uma deficiência nutricional, competição com outros animais, imitação de comportamento ou até mesmo estresse e falta de ocupação. “Cães que vivem em apartamentos e não têm atividades suficientes ao longo do dia podem acabar ingerindo fezes por tédio. Enriquecer o ambiente e proporcionar atividades pode ajudar a evitar esse comportamento”, afirma.

 

Embora a coprofagia seja geralmente indesejada, existem situações em que é considerada normal, considera o professor. Fêmeas de cães e gatos, por exemplo, ingerem fezes após o parto para higienizar seus filhotes. 


"Elas precisam higienizar seus filhotes, e ao lambê-los, acabam ingerindo fezes e urina. Esse comportamento é natural e ajuda a manter o ninho limpo e a estimular os filhotes a urinar e evacuar", explica. 


Em lares com cães e gatos, Bruno afirma que a ingestão de fezes felinas pode ser um problema devido à dieta rica em proteínas dos gatos. "As fezes dos gatos podem atrair cães. O ideal é manter a caixa de areia dos gatos em locais inacessíveis aos cães para evitar o contato", sugere Alvarenga.

 


Atenção e prevenção


O veterinário ressalta que a prevenção começa com a avaliação e o ajuste da dieta do animal, o que possibilita checar se a nutrição está adequeda e, se necessário, aumentar a oferta de alimento ou ofornecer uma alimentação balanceada. 


"É preciso realizar exames para verificar se há doenças que causam desnutrição ou deficiência nutricional e realizar atividades físicas com o animal auxilia no controle da ansiedade e na redução da coprofagia", explica. 


Ainda, o médico aconselha o uso de produtos que deixem as fezes com gosto desagradável para pets que já apresentam o comportamente. “Isso ajuda a condicionar o animal a não ingerir mais as fezes. O acompanhamento veterinário é essencial para prescrição de medicações e realização de exames”. 


Para finalizar, Bruno conta que a prevenção e o tratamento da coprofagia requerem atenção aos detalhes da dieta, saúde e ambiente do animal e que, com acompanhamento veterinário adequado, é possível controlar e até eliminar esse comportamento indesejado, garantindo o bem-estar dos pets. 


"Sempre que observada, a recomendação é buscar tratamento veterinário. É importante identificar se é um hábito corriqueiro ou algo pontual e agir de acordo", recomenda Bruno.


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