Além de grandes amigos, animais são também aliados para a saúde mental. Estudos mostram que eles facilitam a interação com pessoas, diminuem a solidão e fazem bem à saúde.
Por isso, empresas criam ações pet friendly nos escritórios e hospitais adotam a terapia assistida com bichos. Também há os animais de apoio emocional, que dão suporte a tutores com ansiedade ou depressão. Eles chamam a atenção, especialmente, em voos, por ficarem na cabine, ao lado do passageiro.
Estudos realizados pela Waltham, centro de pesquisas da fabricante de rações Mars, constataram que os animais tendem a fazer as pessoas conversarem e se socializarem mais -e que tipo de contato traz benefícios à saúde física e mental.
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Os levantamentos mostram ainda que os pets promovem uma sensação de maior tolerância, confiança.
Aline Prado Rodrigues, 32, é prova disso. Diagnosticada com hiperatividade, desenvolveu pânico e depressão. Mas teve a ajuda de uma pata amiga.
Há dez anos, ela ganhou um cachorro de um ex-namorado. Quando tinha quase três anos, Troy caiu de uma escada e precisou usar cadeirinha de rodas. Em meio a crises e tratamento com medicamentos, Aline não deixou de levar seu cachorro para passear. A tutora conta ter ouvido várias vezes que Troy tinha sorte de ter alguém como ela, mas afirma que era o contrário.
"O que essas pessoas não sabiam é que ele me forçava a sair da cama e, sem dúvida, foi o que me ajudou a passar por crises de depressão."
Na retomada ao trabalho, Troy também esteve presente. Educado e tranquilo, a presença do cachorro no escritório acabou sendo um benefício para toda a equipe, afirma Aline.
Troy morreu em março deste ano devido a um sarcoma na coluna. Em meio ao luto e à tristeza, um novo goldenzinho apareceu na vida de Aline: ela ganhou um filhote do seu sócio.
"Agora ele está em treinamento, mas já frequenta nosso escritório, seguindo como uma ferramenta importante para que eu consiga continuar sendo reintegrada, confiante e principalmente, sem crises de pânico -há dois anos", afirma.
No perfil de Troy em rede social, Aline ainda mata saudade do companheiro e agora compartilha um pouco de seu dia a dia com Doge.
Contra a solidão
Pesquisa feita no ano passado pela One Poll para a Mars Petcare, no Reino Unido, mostra que animais de estimação ajudam a combater a solidão.
Foram ouvidas 2.000 pessoas adultas em estudo sobre o impacto dos pets na vida de pessoas que se dizem solitárias ou sobrecarregadas no trabalho.
De acordo com os resultados, 33% dos entrevistados se descrevem como socialmente isolados. Entre fatores que influenciam isso estão dedicação excessiva ao trabalho e o exagero no uso das redes sociais.
A pesquisa apontou ainda que os entrevistados se sentem sozinhos, em média, 7 dias por mês; que 6 em cada 10 pessoas apresentam ansiedade social e mais de 75% evitam a completa socialização.
Mas 21% das pessoas que possuem cães e gatos disseram se sentir sozinhas, em comparação aos 32% dos que não tem animais de estimação. Veja destaques do estudo:
• 82% dos tutores de animais entrevistados se sentiram menos sozinhos ao receber um animal;
• 4 em cada 5 entrevistados disseram que o sentimento de isolamento desapareceu 1 mês depois do pet passar a fazer parte de suas vidas;
• 6 em cada 10 pessoas entrevistas relataram que o pet é seu companheiro mais próximo;
• 85% dos entrevistados disseram que seu animal faz a casa um lugar mais feliz para se morar;
• Mais de 50% das pessoas entrevistadas atribuem ao pet um novo senso de propósito para suas vidas;
• 50% dos entrevistados tutores de cães têm mais probabilidade de conversar com pessoas que não conhecem quando caminham com o pet;
• 62% dos entrevistados que possuem um cão disseram que fazem mais exercício.