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Em Londrina

Pesquisadores evitam eutanásia de cavalo com técnica cirúrgica inédita adaptada de cães e gatos

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
01 abr 2019 às 13:34
- Divulgação
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Uma técnica de cirurgia veterinária inovadora pode salvar a vida de equinos que nascem com má formação nos ossos: chamada de ostectomia em cunha, a técnica é inédita em cavalos – muito usada em cachorros, ela nunca havia sido adaptada para equinos, que têm uma estrutura óssea diferente dos cães.

Quando a equipe de pesquisadores da Pontíficia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) recebeu um potro com desvio ósseo, viu a oportunidade de testar o procedimento.

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"O cavalo apresentava significativa deformidade do terceiro metatarso, que seria a canela, do membro pélvico esquerdo, mas não foram notados outros problemas de origem óssea", conta José Villanova Junior, doutor em Ciências Veterinárias pela PUCPR e responsável pela pesquisa.

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O acompanhamento começou cedo: o exame radiográfico foi solicitado no primeiro dia de vida, com imagens do membro afetado. Na semana seguinte foram realizados hemogramas e exames bioquímicos. Após 20 dias do nascimento, o animal foi separado da mãe e enviado à Fazenda Experimental Gralha Azul, da PUCPR. Lá, foi examinado pelos pesquisadores, que observaram comportamento normal – apenas a deformidade teve piora, e aos 40 dias pós-parto foi realizada a intervenção cirúrgica.

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A anomalia atinge poucos potros, e na maioria dos casos é notada logo após o nascimento. Para analisar o grau de desvio do osso do animal, utiliza-se um transferidor ou softwares específicos. A informação coletada e analisada é utilizada em intervenções cirúrgicas. A cirurgia é baseada na correção do desvio ósseo do animal e fixação de pinos para que o osso possa calcificar na forma correta. Com isso, após o período de recuperação, o potro pode crescer e se desenvolver corretamente.


"Se houvesse demora em todo o processo, poderia prejudicar o desenvolvimento de outros membros. Seria algo como um efeito dominó", explica Villanova Junior. "Vai piorando, especialmente a articulação um pouco acima do casco, onde as taxas de crescimento são mais rápidas em recém-nascidos e diminui consideravelmente durante os 6 meses de idade. Por isso era preciso operar cedo", completa.

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Contra o tempo


Neste tipo de procedimento, a correção é feita com apenas um mês de vida, tempo crucial para evitar maiores deformidades no animal. Além disso, o procedimento torna possível salvar o valor genético do animal já no começo da vida, para uma vida reprodutiva futura.

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"Todos nos disseram que não havia alternativa, exceto a eutanásia. Mas se tivessemos sucesso, ela não perderia o valor genético, ela poderia reproduzir normalmente", diz Villanova, que acrescenta que o animal vem de uma linhagem de corredores. Ou seja, mesmo que ela não possa correr devido a um desvio na pata, poderá reproduzir filhotes com genética adequada para a prática esportiva.


Recuperação


Após a cirurgia, o animal foi submetido a tratamento intensivo para uma perfeita adaptação ao fixador externo e para que não houvesse sobrecarga nos pinos e barra de conexão fixados aos ossos. Durante este período, nenhuma complicação foi observada.

A cirurgia foi bem-sucedida: após 180 dias de pós-operatório de calcificação óssea total, os implantes foram retirados e o potro passou a se locomover corretamente, realizar todos os movimentos e até mesmo correr sem dificuldade. Hoje, 18 meses após todo o processo, nota-se que a potra, carinhosamente chamada de Bailarina, leva uma vida normal e, claro, teve seu valor genético preservado.


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