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Demanda por babá de pet cresce com volta do turismo e do trabalho presencial

Flávia G. Pinho - Folhapress
08 jan 2022 às 08:30

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- Atallah Abdelhalim/Pexels
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O retorno gradual ao trabalho presencial e a retomada do turismo aumentaram a demanda por um tipo de serviço que vem ganhando destaque no mercado pet, o de babá de bicho.


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Assim como uma baby sitter, o profissional é contratado para cuidar de um animal de estimação na ausência de seu tutor.

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O pet sitter dá comida e água, limpa a caixa de areia ou tapete sanitário, brinca e passeia com o animal, mas com uma particularidade: ele vai à casa do cliente, sem que o cão ou gato precise deixar o ambiente onde vive.

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As vantagens são muitas para ambas as partes. Para o tutor, sai mais barato do que deixar o animal em algum tipo de hospedagem. Já o pet sitter tem flexibilidade de horário, não precisa estar disponível 24 horas por dia e não precisa ter um espaço adequado para receber os animais.


A demanda pelo serviço na plataforma DogHero cresceu 120% no primeiro semestre de 2021, em relação ao mesmo período de 2020.

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Já são 900 pet sitters cadastrados no estado de São Paulo, sendo 500 somente na capital. E o serviço não se limita a cães e gatos -pode ser contratado também para hamsters, répteis, porquinhos-da-índia e pássaros.


"As pessoas estão cada vez mais familiarizadas com essa modalidade e sentindo mais confiança para receber os profissionais em suas casas", afirma Flavia Nasser Goulart, 37, gerente de estratégia e novos negócios da DogHero.

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A ex-bancária Mirna Moura, 53, é uma das pet sitters cadastradas pela plataforma e conta que tem trabalhado como nunca.


Segundo ela, desde o início das férias escolares, em dezembro de 2021, tem feito até quatro atendimentos por dia -por cada visita, que tem uma hora de duração, cobra R$ 55, sendo que 25% ficam com a DogHero.

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Para se inscrever na plataforma é preciso passar por uma seleção, que inclui verificação de antecedentes criminais, curso online obrigatório e prova. Apenas 30% são aprovados.


Depois que começam a trabalhar, recebem avaliações dos clientes monitorados. Mirna tem cinco estrelas na plataforma, conquistadas com as avaliações positivas que recebe.

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"As pessoas aprovam responsabilidade e pontualidade, mas o que mais valorizam é atestar que o pet está feliz e tranquilo. Estar sempre em contato com os tutores, mandando vídeos e fotos o tempo todo, é fundamental", afirma a pet sitter.


O mercado anda tão aquecido que o ex-criador de websites Cristiano Cunha, 48, largou a profissão em 2021 para fundar a Allegro Cat Sitters. No início, eram apenas ele e a mulher, Tatiana Sales, mas o time já tem seis pessoas -e chegou a 20 nas festas de fim de ano.

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Entre 15 de dezembro de 2021 e 15 de janeiro de 2022, diz o empreendedor, terão sido realizados cerca de mil atendimentos. "Já superamos a procura registrada no período anterior à pandemia", diz ele, que começou a trabalhar como pet sitter em 2010.


Os clientes pagam R$ 75 pela visita de uma hora, preço que vale para quem tem até quatro gatos. Como o raio de atuação limita-se a 15 quilômetros a partir do centro de São Paulo, a Allegro cobra taxa extra, de R$ 5 a R$ 10, para atender locais mais distantes.


Em breve, Cunha vai lançar o aplicativo próprio da empresa, por meio do qual os clientes vão poder solicitar o serviço e modificar informações no banco de dados do pet.


Para garantir que não faltem profissionais para atender a demanda, ele também desenvolve um curso de cat sitting, a ser realizado no segundo semestre de 2022 no formato híbrido, por R$ 1.500. O conteúdo vai incluir conhecimentos técnicos sobre gatos, prospecção de clientes e administração do negócio.


Gostar de bichos, avisa Cunha, não é o bastante para ter sucesso no ramo -é preciso estudar e estar disponível, sabendo que os períodos de mais trabalho serão justamente aqueles em que todo mundo estará relaxando, como férias, fins de semana e feriados.


"Também precisa ser persistente. Como a relação com os clientes depende da confiança e das avaliações positivas, os resultados podem demorar a aparecer", afirma.


Para não depender apenas do feedback da clientela, a pet sitter Letícia Orlandi (Pets da Lets), 41, apostou em uma certificação internacional.


Depois de investir cerca de R$ 5.000 em cursos online da organização Pet Sitting International, ministrados em inglês, ela fez uma prova de 175 questões para receber o certificado -e por enquanto é a única certificada no Brasil, de acordo com a própria entidade.


"As perguntas se referiam a saúde e comportamento animal e postura do profissional. Era um conteúdo extenso, que exigiu muita concentração", conta.


O investimento, avalia, conta pontos em um segmento já tão concorrido.


"Pode surgir uma emergência, que exija uma decisão de última hora, como levar o animal ao veterinário, e ter essa certificação ajuda a atestar a seriedade com que eu encaro a profissão."

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