Não é segredo para ninguém que os últimos tempos deixaram as pessoas mais deprimidas. Devido à pandemia, estresse e ansiedade estão caminhando juntas de tal modo que tem prejudicado a saúde de muita gente. E de quem não é gente também.
Sim, neste cenário difícil, "as famílias ainda não perceberam a gravidade desta situação, mas o fato é que os animais também estão sofrendo com uma forma de depressão”, alerta a veterinária e mentora motivacional, Dra. Melanie Marques. Ela revela que "a depressão canina tem as mesmas origens da humana. Estudos similares às observações aplicadas aos estudos da psicologia humana foram aplicados e existe uma gama de artigos científicos que já comprovam tal fato.”
Vale lembrar que, em 2017, foi estabelecida uma lei que reconhece que cães e gatos são seres sencientes. A veterinária conta que "a Lei de Proteção aos animais (Lei 12.854/2003) alterou o artigo 34-A; passando a considerar que cães e gatos estão sujeitos a direitos, que sentem dor e medo, e isso significa que são reconhecidos como sujeitos de direito. Além de protegê-los e classificá-los como sofredores em casos de ameaça à vida, à saúde, integridade física e mental”, acrescenta.
Leia mais:
Guarda de pets pós-divórcio: o que diz a legislação brasileira?
Votação vai escolher os nomes das lontras do Refúgio Bela Vista na Itaipu Binacional
Como lidar com luto animal no Dia de Finados: a importância de honrar a memória de pets
Animais do Refúgio Biológico Bela Vista de Itaipu celebram o Halloween
Porém, fazer o diagnóstico de depressão em um animal de estimação não é uma tarefa das mais fáceis, ressalta Dra. Melanie. "É claro que, não se sabe ao certo como eles sentem e até mesmo de que forma expressam, mas o principal fator que predispõem nossos pets a serem também sujeitos a depressão é concluído através de respostas a estudos neurobiológicos. Eles comprovam as respostas aos estímulos sociais e ambientais, dentre outros”, define.
No caso da depressão, por exemplo, a veterinária revela que ela pode ser desencadeada pela ausência repentina de uma pessoa ou de um companheiro animal com quem ele estava acostumado ao convívio. "Como acontece no caso de luto, as perdas afetivas e mudanças bruscas no ambiente podem causar estresse, ansiedade, chegando até a depressão no pet”.
Além disso, "como os cães são muito apegados ao tutor, essa situação pode desencadear a ‘ansiedade por separação’, que é diferente da depressão. Ela pode acontecer quando há alterações na rotina e pode ser resolvida com a ajuda do próprio tutor”. Nesse contexto, ela pondera que "os animais geralmente se acalmam com a aproximação de um objeto de seu afeto”, complementa.
Por outro lado, Dra. Melanie orienta que a depressão deve ser tratada com medicamentos alopáticos ou naturais e os sinais são opostos à dessa ansiedade citada: "O animal passa a não tolerar o toque físico, além de apresentar apatia, falta de apetite e sedentarismo”.
Mas, o que fazer para evitar?
Para prevenir a depressão nos animais, a veterinária e mentora motivacional recomenda algumas maneiras de ajudá-los a saírem dessa. "Às vezes, ao se exceder nos cuidados ou até mesmo fazer uma espécie de super proteção, isso pode gerar distúrbios psicológicos, inclusive a depressão. Por isso, o ideal é evitar mudanças repentinas no ambiente ou convívio, manter uma rotina de passeios e higiene, brincadeiras, saúde e, claro, muito afeto”. Afinal, quem não gosta de carinho, não é mesmo?