O mercado pet é um dos que mais cresce ano a ano. De acordo com o Instituto Pet Brasil, existem cerca de 132 milhões de animais de estimação em lares brasileiros. Mesmo com a atual situação de pandemia e com muitos animais sendo abandonados por conta deste cenário, muitas pessoas decidiram adotar cães e gatos para terem companhia durante o distanciamento social.
Os tutores de primeira viagem - e também os que já tem um pet em casa - costumam ter muitas dúvidas com relação à alimentação dos animais.
Acreditar que a alimentação de cães e gatos deve seguir as mesmas regras da humana é um dos erros mais comuns. Para te ajudar com a alimentação dos pets, Brana Bonder, médica-veterinária e supervisora de assuntos veterinários da Hill's Pet Nutrition, listou os principais mitos e verdades sobre o tema. Confira:
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É saudável dar frutas e legumes para cães e gatos
Mito. Segundo Bonder, é importante ter cuidado na hora de oferecer alimentos inseridos no dia a dia dos humanos para os pets. Isso porque existem vários alimentos considerados tóxicos que podem, em casos extremos, provocar a morte do animal. Uva, abacate e cebola são alguns deles.
É preciso cozinhar porções de carne vermelha, frango e peixe, se forem oferecidos aos animais
Verdade. "É sempre recomendado cozinhar qualquer tipo de carne oferecida aos cães e gatos. A carne crua pode transmitir diversas doenças como, por exemplo, a salmonelose - doença responsável por provocar alterações digestivas. Agora, aqui fica uma observação importante: se o animal já consome uma ração completa e balanceada de boa qualidade não precisa suplementar ou complementar com nenhum tipo de ingrediente", explica a veterinária.
A alimentação do cão e do gato é diferente da alimentação dos seres humanos e, inclusive, incluir algo na refeição do pet pode desbalancear a quantidade de nutrientes necessários para que ele se mantenha saudável.
Dar ração para o pet não é saudável
Mito. Rações de boa qualidade contam com todos os nutrientes que os cães e gatos precisam, tudo de acordo com a espécie e estágio de vida.
"São vários fatores que influenciam na qualidade da ração, desde a seleção dos ingredientes da composição e a qualidade das matérias primas até um processo seguro de produção. Por isso é importante sempre consultar um médico-veterinário sobre a ração mais adequada para o estágio de vida do seu pet", aconselha a especialista.
Transgênicos na ração fazem mal para os pets
Mito. "Quando ouvimos falar a palavra transgênicos já pensamos em algo ruim, mas não. Existem muitas discussões sobre o tema e nenhum indício da comunidade científica de que alimentos com transgênicos, tanto para humanos como para pets, prejudicam a saúde dos cães e gatos. Muito pelo contrário, a Organização das Nações Unidas para Alimentação enfatiza que os alimentos transgênicos não apresentam riscos."
Para ter uma ideia, em 2017, a previsão era de que mais de 90% da produção de grãos brasileira fosse transgênica, de acordo com a consultoria Céleres, especializada em agronegócio.
Os cereais e grãos de milho, soja, trigo e arroz, geralmente presente nas rações e que são transgênicos, são também fontes de fibras e contribuem para o fluxo intestinal do animal e na formação do bolo fecal dos pets.
Antioxidantes sintéticos na ração prejudicam o pet
Mito. "Quando falamos em antioxidantes sintéticos, logo pensamos que são prejudiciais à saúde. Utilizar BHA e BHT, antioxidantes comuns em rações para cães e gatos, ajuda na preservação do alimento e evita a oxidação, que levaria à deterioração, rancificação e/ ou descoloração do alimento. Se o alimento estiver deteriorado, há formação de compostos indesejados e perda de sabor. O uso de BHA e BHT é regulado pela FDA (Food and Drug Administration), que determina, por sua vez, que eles são seguros e eficazes quando utilizados nas quantidades recomendadas. Então, não se assuste quando encontrar esses componentes mencionados nas embalagens", finaliza a médica-veterinária.