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Araponga-da-amazônia

Ave brasileira Araponga-da-amazônia é eleita e mais barulhenta do mundo

Caroline Knup* - Estagiária
22 out 2019 às 11:24
- Anselmo d’Affonseca/INPA
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Os ornitólogos Jeffrey Podos e Mario Cohn-Haft publicaram um estudo na revista científica Current Biology nesta segunda-feira (21) que mostra que o pássaro mais barulhento do mundo é brasileiro. Trata-se da araponga-branca, também chamada de araponga-da-amazônia. O pássaro da espécie Procnias albus, que é encontrado na zona norte do Brasil, pesa, aproximadamente, 250 gramas, mas ganha de todos as outras aves quando o assunto é barulho.

A araponga-branca foi classificada como a ave mais barulhenta do mundo porque seu canto - ou grito - pode chegar a incríveis 125 decibéis. Para se ter ideia da intensidade do som, uma conversa em tom de voz médio chega a 60 decibéis. O ruído de uma furadeira, por outro lado, atinge os 100 decibéis. O que chega mais próximo da intensidade do som ensurdecer das arapongas-da-amazônia é estar ao lado da caixa de som em um show de rock, o que soma 120 decibéis.

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Para os humanos, sons de 110 a 180 decibéis podem levar de um a trinta minutos para causar danos irreversíveis para a audição, como a Pair (Perda Auditiva Induzida por Ruído).

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Mas por que esses pássaros cantam tão alto? Não são apenas os humanos que vivem atrás de uma namoradinha: os machos dessa espécie soltam o grito mais alto do mundo para atrair as fêmeas. Entretanto, está enganado quem pensa que o som é usado para atrair as aves que estão distantes. Na verdade, os machos chegam bem perto das fêmeas e soltam o grito na cara delas.

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Mesmo com toda a gritaria, as fêmeas não se irritam com os parceiros. O que acontece, na verdade, é o contrário: quanto mais alto e escandaloso for o canto, mais a fêmea fica atraída pelo pássaro.


Podos, um dos cientistas do estudo, afirmou que ainda não se sabe por que as fêmeas se expõem tão de perto ao barulho. "Talvez estejam tentando avaliar os machos de perto, mesmo correndo o risco de sofrer algum dano em seus sistemas auditivos", contou à AFP. O pesquisador afirmou que ele e Cohn-Haf ainda não entendem como um pássaro tão pequeno consegue emitir um som tão alto.

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Os pesquisadores descobriram ainda que a ave emite dois tipos de cantos. Um deles é mais baixo e longo, enquanto o outro é alto e curto. Os gritos que chegam a 125 decibéis configuram o segundo tipo, já que exigem muito das arapongas e, por isso, duram pouco tempo.


Para estudar o altura do canto dessas aves, os dois pesquisadores utilizaram gravadores de alta resolução e vídeos em alta velocidade. Confira um pouco do canto do pássaro no vídeo abaixo:


*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato


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