Muito se fala sobre pessoas proativas e que suas atitudes e comportamentos lhes trazem uma grande visibilidade dentro das empresas nas quais trabalham. No entanto, também há aqueles que não concordam com este raciocínio, pois mesmo agindo como reza a cartilha desta competência, creem que não tiveram o merecido reconhecimento. Será?
Como tantas outras palavras que inundaram o jargão corporativo nos últimos anos, o termo proatividade é usado indiscriminadamente, o que faz com que o seu real significado já esteja distorcido há algum tempo. Portanto, muita gente acredita que é proativa quando na realidade não é.
Ser proativo é antecipar-se às situações inéditas de trabalho nas quais você pode intervir e fazer isto antes que o alerta de incêndio já tenha sido acionado. Agir prontamente sem depender de instruções alheias que digam o que e como se deve atuar em determinada situação. E o principal: tendo precisão cirúrgica.
Creio que já dá para compreender que não é fácil ser proativo. Quase tudo aquilo que tem a ver com a sua rotina de trabalho não exige muita proatividade, já que se refere a situações previsíveis. O comportamento proativo é percebido quando alguém, diante de atribuições ou condições extraordinárias, dá conta do recado exatamente porque apresenta atitudes que outras pessoas não teriam se estivessem em seu lugar.
Por conseguinte, ao perceber um problema, o proativo visualiza a solução e identifica oportunidades que não são óbvias para as demais pessoas, mas é preciso compreender que a iniciativa é um componente da proatividade e não pode ser tratada como seu sinônimo.
A pessoa com comportamento proativo não é apenas alguém que desenvolve ações antes dos outros e sim um profissional que, bem informado acerca do contexto que o rodeia, utiliza seu potencial criativo para resolver problemas – bons e ruins – que aparecem diante de si e serão visualizados pelas demais pessoas apenas no futuro.
É por isto que não podemos confundir proatividade com impulsividade. Quem possui iniciativa, mas atua com precipitação acaba cometendo erros desnecessários exatamente por agir irrefletidamente. Postura distinta do proativo, que atua de forma rápida e com firmeza antes de uma crise sem esperar que ela se resolva por si só ou que outros a solucionem.
Ao mesmo tempo, se você exala iniciativa e criatividade, no entanto os resultados que obtém são catastróficos para a empresa na qual trabalha, não pode acreditar que será visto como proativo, já que o diferencial é justamente manter uma boa performance ao lidar com a incerteza.
As pessoas proativas também possuem o senso de prontidão aguçado. Antes de se reunirem com alguém costumam prever o que lhes será questionado e levantam as informações relevantes para responder às indagações na hora H. Curiosas, garimpam conhecimentos que ainda não são obrigatórios em suas áreas de atuação e concebem projetos antes que a companhia esteja consciente de sua importância.
Você também é proativo quando sabe que o cliente não receberá a entrega da mercadoria no prazo acordado e renegocia antecipadamente uma nova data com ele a fim de evitar um mal-estar maior. Ou ainda quando prepara um relatório antes que a diretoria da empresa o peça.
Atitude contrária à do reativo, que sempre necessita de um chacoalhão externo para pegar no tranco. É claro que ninguém é proativo ou reativo o tempo todo, mas lampejos de proatividade não são suficientes para encobrir um perfil reativo.
Como se acredita que 90% da população mundial seja formada por pessoas reativas, este não é apenas um assunto corporativo e seus reflexos estão por todos os lados. É a sociedade atual quem anseia que todos nós realizemos as coisas que devem ser feitas sem que ninguém nos diga exatamente o que e como.
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