Wellington Moreira

Comunique-se com Clareza

20 jul 2010 às 09:14

Em certo colégio acontecia uma daquelas molecagens que é muito comum em
diversos recantos do país. Um grupo de meninas de doze anos colocava batom
nos lábios todos os dias e para removerem o excesso sempre beijavam o
espelho do banheiro.

Enquanto isto, o diretor educacional demonstrava grande preocupação porque o
zelador tinha um trabalho enorme para limpar o espelho diariamente e sabia
que algumas horas depois lá estariam outra vez as malfadadas marcas de
batom.
Em certa ocasião, depois de testar inúmeras estratégias que se mostraram
infrutíferas, juntou todas as meninas no banheiro e explicou que era muito
complicado limpar o espelho com todas as manchas que nele se fixavam. Para
comprovar o grau de complexidade da tarefa, pediu ao zelador que
demonstrasse como é que ele tinha de proceder.


O zelador pegou um pano, molhou-o no vaso sanitário e o passou no espelho.
Como dá para imaginar, nunca mais apareceram marcas de batom em lugar
algum daquele colégio.


Nas organizações acontece algo semelhante. Os colaboradores nem sempre
levam a sério aquilo que é dito dentro da companhia, pois não conseguem
compreender os motivos que estão por detrás das orientações recebidas. "Deixa
pra lá! Ele agora está pegando no nosso pé, mas logo esquece esta ideia
maluca e as coisas continuam como estão!", alguns afirmam.


Também há pessoas que não cooperam por desconhecerem o impacto de seu
trabalho nas demais áreas da empresa. "Se eu soubesse que a consequência
seria esta, certamente teria adotado alguns cuidados especiais", é uma frase
que resume a frustração pelo erro que poderia ser evitado.

É desejável que os profissionais tenham o mínimo de interesse e curiosidade a
respeito daquilo que é relativo ao seu trabalho, mas os gestores não podem
simplesmente esperar que o bom senso impere. É preciso ser claro de tal forma
que as pessoas compreendam as tarefas que precisam executar e os motivos
que fundamentam os objetivos e metas de suas áreas e da organização como
um todo.
Alguns gestos são interpretados como insubordinação quando o correto seria
refletir se as pessoas realmente sabem o que e, principalmente, o porquê das
coisas. Para isto, como o diretor da historieta acima nos ensina, não existe nada
tão eficaz em termos de comunicação como uma apresentação prática.


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