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Qual é o seu diferencial de verdade?

22 jan 2016 às 16:03

Durante entrevistas de emprego, quando perguntamos a um candidato qual é o seu diferencial, nem sempre é fácil descobrir o que queremos saber. Ainda mais porque é comum ouvirmos algo do tipo: "Sou atencioso", "Tenho facilidade de trabalhar em equipe", "Atuo num nível de comprometimento acima da média" ou "Construí uma formação bastante sólida ao longo da carreira".

Respostas como estas não revelam características distintivas e significativas porque o fato de cursar um MBA em Gestão de Projetos, por exemplo, não o torna a última bolacha do pacote se inúmeras outras pessoas da região em que trabalha também possuem a mesma formação.


Muita gente insiste em apresentar "diferenciais iguais", se me permite a antítese, acreditando que determinado curso, característica comportamental ou o fato de ter passado por uma empresa de grife lhes porá à frente de inúmeras outras pessoas que competem pelos mesmos empregos ou oportunidades de trabalho.



É importante discutirmos este assunto porque qualquer um de nós só consegue se distinguir de verdade no mercado se, antes de qualquer coisa, descobrir e desenvolver a sua área de singularidade. Isto é, o campo específico de competência no qual talento, interesse e performance nos tornam admiráveis naquilo que fazemos.


No entanto, nem sempre é fácil saber com exatidão onde reside o seu brilho maior, a não ser que você consiga responder três perguntas: As pessoas estão dispostas a pagá-lo pelas tarefas nas quais acredita ter um talento inquestionável? Elas costumam elogiá-lo quando você realiza esse tipo de trabalho? Têm o hábito de recomendá-lo para terceiros exatamente por tal capacidade?


Quem encontra "o seu lugar" não se desmotiva facilmente com a profissão ou fica esperando chegar logo o final de semana; pelo contrário, sente-se realizado e tem a certeza de que nasceu para fazer aquilo. Seus dias são intensos porque aprende a cada momento e trata as novas experiências como oportunidades de desenvolvimento. Nem lembra que trabalha, já que tudo parece ser uma grande diversão.


Infelizmente, todos conhecemos histórias de quem escolhe o caminho oposto. Gente que gasta a maior parte do seu precioso tempo tentando minimizar pontos fracos numa profissão ou área de atuação na qual jamais será bom de verdade e ainda por cima terá de competir com pessoas que são fantásticas nesse tipo de trabalho.


Por isto, também é importante fazer alguns questionamentos a respeito: Quem mais faz o que você faz? Essas pessoas têm realizado um bom trabalho? Elas estão desempenhando melhor do que você? Tenho condições de melhorar a minha performance atual? Se me desenvolver, qual será o resultado final? Se permanecer fazendo as mesmas coisas, aonde vou parar?


Outras pessoas descobrem a sua área de singularidade, contudo se deixam levar pela ilusão do conhecimento. Acreditam que já chegaram ao topo, deitam em berço esplêndido e não se desafiam mais. Jogam seu imenso potencial no lixo.


Como comentei no início do texto, a sua área de singularidade envolve a junção de potencial, interesse e performance. Portanto, você precisa ter jeito para o negócio, apreciar as tarefas comuns àquela profissão e obter resultados acima da média enquanto as desempenha.


Se você tiver potencial e interesse, mas não conseguir performar, será visto como um enigma por quem trabalha ao seu lado e todos perguntarão: "Por que ele não dá certo?". Se interesse e performance estiverem presentes, mas seu potencial for limitado, não conseguirá chegar muito longe. Já performance e potencial só estão juntos quando há interesse.


Todos temos áreas de grande competência, mas nem sempre estamos cientes. Eu, por exemplo, logo cedo identifiquei que o meu talento máximo só é expresso quando trabalho como educador. Em outras áreas não passo de alguém esforçado que não chegará muito longe. E você? Qual a sua área de singularidade?

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