Durante um bom tempo, a maior parte dos profissionais de alto potencial procurava trabalhar em empresas que ofereciam possibilidades de crescimento rápido na carreira, mas essa realidade vem mudando. Curiosamente, muitas pessoas passaram a recusar ofertas desafiadoras em seus empregos.
Um exemplo disso foi o que ocorreu na Avon. Alessandra Ginante, vice-presidente de RH da empresa, ficou surpresa no início do ano passado ao descobrir que quase um terço dos seus estagiários considerados aptos a ingressar no programa trainee preferia trocar a competição ferrenha comum a quem disputa cargos de liderança por um posto de analista em áreas nas quais se sentiam mais preparados.
Se alcançar posições de status, dirigir projetos de grande impacto e receber uma polpuda remuneração estavam entre as prioridades dos jovens profissionais em ascensão, agora assumir menos responsabilidades e manter a qualidade de vida pesam muito na hora de decidir qual rumo dar à carreira.
O que chama atenção é que estas pessoas poderiam ir muito mais longe e simplesmente decidiram não evoluir. Querem fazer apenas aquilo que está dentro da sua zona de conforto e não exige o aprendizado de tarefas mais complexas ou diferentes daquelas que já executam.
Esses profissionais parecem sofrer os efeitos da síndrome de Peter Pan. Ou seja, não querem crescer por terem de assumir as responsabilidades da vida adulta, encarar a realidade e serem obrigados a sair da Terra do Nunca na qual vivem há algum tempo.
Na prática, estou lembrando daquele tipo de gente que faz birra quando não consegue o que quer, fica magoada por qualquer coisa ou age com rebeldia ao ser repreendida. Que cria conflitos internos desnecessários, amplifica discussões estéreis, atrapalha a produtividade ou resiste a toda e qualquer mudança.
O fato é que se não está nos seus planos buscar uma promoção vertical ou ocupar um cargo de gestão, mesmo assim será necessário desenvolver-se para manter a sua posição atual. Quem fica inerte anda para trás, pois ao fazer as mesmas coisas todos os dias não conquista experiência; apenas demonstra ser craque em repetição.
O mercado precisa cada vez mais de pessoas que assumam riscos e não temam as dores do crescimento. Ser bom naquilo que você faz e evoluir dia após dia não é uma questão de escolha e sim pré-condição para permanecer empregável, especialmente se você tem muitos anos de carreira pela frente.
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