A sabedoria popular prega que a gente aprende com os próprios erros e que só deve atirar a primeira pedra quem nunca errou. Essa é uma tentativa de mostrar que o desacerto faz parte do processo de aprendizagem.
Bem-intencionados ou não, cometemos deslizes em alguns momentos da vida. Uns menos significantes e outros com proporções bem maiores, que marcam a nossa história.
Se por um lado existem pessoas que cometem várias vezes os mesmos erros e acreditam que isso é normal, há quem entra em desespero quando tropeça em alguma tarefa e seu sofrimento geralmente não se limita ao trabalho. A vida pessoal também sofre estragos por conta da dificuldade de aceitar as próprias falhas.
No mundo corporativo a tolerância é ainda menor, pois existe o pressuposto de que devemos acertar muito mais do que errar e somos diariamente avaliados por isso. As principais vítimas desse sentimento são as lideranças, sempre julgadas pelos resultados que alcançam, em especial os de curto prazo.
É claro que todos esperam de um líder um número muito maior de acertos, mas em certos momentos a expectativa é de que ele seja infalível. Essas cobranças partem da empresa, da equipe e do próprio profissional. Quem está nesta posição sabe que um deslize pode comprometer os resultados do mês, a imagem da empresa e, talvez, a credibilidade conquistada ao longo dos anos.
Pense em um líder que percebe que conduziu a equipe por um caminho equivocado e agora precisa dizer isso aos colaboradores. O que ele deveria fazer para não passar uma imagem de que todo esforço empreendido até o momento foi em vão? Como dizer a verdade sem desmotivar a sua equipe ou cair no descrédito?
Não há receita mágica, mas o fato é que se o erro já aconteceu não adianta simplesmente justificá-lo. O importante é encontrar uma forma de diminuir os efeitos dele, afinal como líder você precisa ter em mente que os seus exemplos servirão de ensinamentos aos liderados. Se não assumir os seus erros ou tentar abafá-los, os colaboradores farão o mesmo, pela força do exemplo.
Também é importante não tapar o sol com a peneira e fingir que nada aconteceu. Reconheça que errou, busque identificar o motivo que o levou a falhar e mostre que está dando a si mesmo uma oportunidade de resolver o problema. Ou seja, sentir remorso não é suficiente. Ainda que não seja possível compensar ou ressarcir quem foi prejudicado, busque ao menos amenizar a situação se prontificando a revertê-la, antes mesmo que alguém lhe cobre isso.
Muitas vezes precisamos aceitar as nossas limitações e trabalharmos para que elas sejam minimizadas. Usar a experiência negativa para amadurecer e evitar equívocos futuros. Crescer verdadeiramente com o erro.
Como eternos aprendizes da vida, é preciso aceitar que estamos expostos a muitos riscos, especialmente quando enfrentamos desafios novos e complexos. Contudo, também não podemos esquecer: se errar é humano, acertar é ainda mais.
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