A menos de uma semana do carnaval previsto para ocorrer no CSU (Centro Social Urbano) da Vila Portuguesa, a Prefeitura de Londrina está tendo de sambar para colocar o bloco na rua. Após o Ministério Público emitir, na sexta-feira (2), uma recomendação administrativa para que a festa seja reavaliada de modo a reduzir possíveis danos ambientais no local, o Corpo de Bombeiros informou nesta quarta (7) que o alvará para a apresentação do Bloco do Bafo Quente previa um público de 2 mil pessoas e que uma nova autorização demandaria até cinco dias úteis para ser emitida.
A festa em Londrina tem carnaval de rua de sábado (10) até a terça-feira (13). Entretanto, a apresentação no CSU foi questionada pelo MP porque o local é perpassado por um córrego e a concentração de pessoas pode acabar gerando muito lixo. A preocupação da promotora Révia Aparecida Peixoto de Paula Luna é que não se repita “o cenário desastroso ocorrido no evento do Carnaval de 2023, no Jardim Botânico”. Na ocasião, o barulho e o lixo deixado pelos foliões provocou a insatisfação de vizinhos.
A recomendação foi emitida na sexta-feira (2) e dava prazo de 48 horas para uma resposta da prefeitura. O secretário do Meio Ambiente, Ronaldo Siena, disse que técnicos da pasta vistoriaram o local e emitiram um relatório, que foi encaminhado ao MP, mas o teor do documento não foi revelado.
Porém, outras pastas também foram citadas, como a Secretaria da Cultura, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) e Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), mas a assessoria de imprensa da Prefeitura de Londrina disse, na manhã desta quarta, que “ainda faltam detalhes a serem resolvidos e a prefeitura vai se manifestar após sanadas as dívidas”.
Ainda na manhã desta quarta, o Corpo de Bombeiros informou que o pedido
de liberação do evento com o Bloco Bafo Quente, apresentado na
segunda-feira, previa público de duas mil pessoas. O pedido não teria
problemas em ser atendido porque é um show em espaço aberto, sem
cobertura, apenas com um palco e sem delimitação de barreiras para o
público.
Porém, para um público maior, de dez a doze mil
pessoas, os trâmites são mais complexos porque necessita de um
dimensionamento de saída de emergência, rotas de fuga para o público e
até a avaliação da necessidade de iluminação de emergência e extintores.
Após
a liberação do evento, os bombeiros precisam checar se as medidas
recomendadas foram implementadas e, em caso de desrespeito ao número
previsto, o próprio Corpo de Bombeiros tem poder de polícia para
interditar e multar os responsáveis. “Então, é passível de fiscalização e
as posições previstas em lei caso o evento vá além do que está sendo
liberado. E, pelos históricos, é provável que pode ter mais gente (que o
liberado)”, afirma o bombeiro Renê Bortolassi.
A reportagem
tentou obter um posicionamento da prefeitura de Londrina e do produtor
cultural Bruno Gheringer, mas ambos os lados afirmam que ainda não há
uma definição sobre as medidas a serem tomadas.