Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Trauma e medo

Zona rural na mão da bandidagem

Edson Neves/NOSSODIA
21 out 2018 às 18:56

Compartilhar notícia

- Gina Mardones
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Trauma, medo, intimidação. Esses são os traços da violência na zona rural de Londrina. Não importa se é no Patrimônio Selva, Irerê, São Luiz, Limoeiro, ou qualquer outro distrito ou região da cidade, a bandidagem faz a festa, e com requintes de crueldade. Os casos, inclusive, são relatados ao Sindicato Rural Patronal com frequência. "Infelizmente, são casos recorrentes. Muitos vêm me pedir até algum tipo de auxílio", observou o presidente da entidade, Narciso Pissinati.


O NOSSODIA encontrou diversos casos e relata a angústia dos moradores de diferentes localidades afastadas da zona urbana. No distrito de Irerê, um produtor rural que trabalha com compra e venda de gado teve seu caminhão roubado há cerca de três meses. Ele preferiu não se identificar, mas disse que o prejuízo chegou a R$ 100 mil. "Estava pagando a última parcela da carroceria boiadeira. Como não tinha rastreador e nem seguro, tive que arcar com outro caminhão", lamentou. "O caminhão ficava estacionado próximo à uma mangueira, a 200 metros da minha casa. Na hora do furto, o vizinho achou que fosse eu. Já fui vítima de roubo e assassinato de gado, mas nos últimos tempos estava tranquilo."

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Morador na Estrada Santa Maria - próximo ao distrito de São Luiz - o agricultor Tony Bule conta que infelizmente o problema é comum na sua região. "Já alertamos as autoridades sobre a situação", garantiu. Ele comentou que no início do ano a bandidagem ‘fez a festa’ na sua propriedade, levando veículos, objetos da casa e produtos agrícolas . "Nos fizeram de reféns por horas. Eram organizados e informados. Sabiam da nossa rotina", ressaltou. Ele disse ainda que herbicidas que foram roubados têm alto valor de revenda, acima de R$ 1 mil. "Tem loja que não é séria e acaba comprando produtos receptados."

Leia mais:

Imagem de destaque

Inep vai divulgar notas do Enem

Imagem de destaque

Humor

Imagem de destaque

Síndico profissional

Imagem de destaque

Sisu


Gina Mardones
Gina Mardones


A dificuldade da Polícia em encontrar o local de onde aconteceu os crimes foi um ponto abordado por Bule. "Ainda pecam na localização. No meu caso, demoraram umas três horas (para chegar). Fizemos uma reunião no início da gestão Belinati (PP), em que foi sugerido implantar um sistema de georreferenciamento, mas até agora não recebemos resposta e nem vimos avanço nenhum", reclamou.
"A zona rural está abandonada. Você não vê uma viatura. Se ver, é mentira. Dizem que não têm efetivo, que não tem gasolina. Só vem para cá quando aparece um morto jogado em algum lugar", esbravejou o morador do patrimônio Selva, Vilson Moura. Nos últimos dez anos, já foram quase 15 ocorrências em que o criador de leite e gado de corte foi vítima da ladroagem. O último caso foi em julho. "Quatro vagabundos invadiram aqui, onde estávamos com mais três famílias. Bateram no meu pai, na minha mãe e deram ‘trezentos’ tiros. Eu também já apanhei e quebrei um dente. Hoje tenho dificuldade de arrumar caseiros porque o povo está com medo de morar por aqui. Estão até desmanchando as casas."

Publicidade


Gina Mardones
Gina Mardones


ABUSADOS
Moura disse ainda que nos assaltos os ladrões são realmente abusados. "Ficam horas nas fazendas tocando o terror. Carregam o que têm de valor para eles, e depois de judiar das famílias, ainda mandam as mulheres fazerem janta, depois comem e vão embora". Com isso, o produtor reforçou a segurança de sua propriedade. "Coloquei rastreador em todo o maquinário, e mais sete câmeras no barracão. Além disso, combinei com o vizinho que se a gente escutar algum barulho estranho, é tiro para o alto. Foi a forma que a gente achou de parar de sofrer".


Na região da Estrada do Limoeiro, a história não é diferente. "Estamos ‘à mercê’ de vagabundos", disse um empresário, que assim como o morador em Irerê, preferiu não se identificar. Ele acredita que as propriedades de lá vêm sofrendo com furtos da mesma pessoa. As últimas ocorrências foram registradas na semana retrasada. "É sempre a mesma coisa. A Polícia prende, passa uns dias, solta, e o mesmo ladrão vem aqui de novo. Em uma das vezes, o ladrão até levou uma surra da população. Agora, fiquei sabendo que foi preso pela terceira vez e solto", assegurou.

Cansado, ele investiu R$ 10 mil na sua propriedade com sensores e outros equipamentos de segurança. "Se alguém entrar aqui dentro, vai tocar alarme para todo lado". Agora, segundo o morador, os vizinhos estão se unindo para reforçar o monitoramento. "Com festas e promoções, tira dali, coloca de lá, queremos juntar dinheiro. Precisamos de uma segurança mais efetiva e ficamos torcendo para não acontecer mais nada", concluiu.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo