Motoristas de aplicativos Uber, Coolt, X49 e 99 fizeram uma manifestação na manhã deste sábado (3) em protesto a falta de segurança para trabalhar. Na noite de quinta-feira (1) o condutor Ronaldo Galassi Kato, 43, foi baleado em uma tentativa de assalto em Ibiporã. A concentração foi no estacionamento em frente ao Ginásio de Esportes do Moringão. De lá, eles foram em carreata até o escritório da Uber em Londrina, na avenida Faria Lima (zona oeste).
A categoria cobra mudanças no aplicativo que garantam mais segurança aos motoristas. Entre os pedidos estão a disponibilização da foto dos usuários e do local de destino das corridas, mudança na taxa de cancelamento e exclusão dos clientes com nota baixa.
Depois de quase uma hora de manifestação, a supervisora da Uber em Londrina, Mariana Souza, foi conversar com os motoristas. Ela garantiu a categoria que vai levar as propostas de melhorias para a direção do aplicativo em São Paulo e comprometeu-se a dar um retorno aos representantes da categoria.
Os condutores relatam o aumento dos assaltos, principalmente a noite. O caso mais grave foi do motorista baleado em Ibiporã. As informações preliminares são que ele teria pego quatro passageiros no Parigot 2 (zona Norte). Os homens teriam tentado assaltá-lo em Ibiporã. Kato levou um tiro no abdômen e está na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo)do HU (Hospital Universitário de Londrina),em estado grave.
Na sexta-feira, ele passou por uma cirurgia para retirada de parte do intestino. "Ele já saiu do coma, mas ainda não está acordado. Os médicos disseram que ele perdeu muito sangue", contou a mulher dele, Ana Paula Teixeira Kato, 41.
O casal trabalha como motorista de aplicativo há quase um ano. "Sempre tivemos medos, mas estávamos sempre em comunicação com os grupos (de Whatsapp)e quando tem algo estranho pedimos para fazerem o rastreamento. Mas não sei o que aconteceu na quinta-feira. Não sei o motivo dele pegar essa corrida", disse Kato.
A supervisora da Uber em Londrina orientou que a família procure a empresa na segunda-feira para abrir o procedimento de investigação. "Caso ele estivesse usando o aplicativo, vamos dar toda a assistência hospitalar e psicológica e passar à polícia todas as informações do usuário e trajeto da viagem", afirmou Souza.
De acordo com o delegado Vitor Dutra, da Delegacia de Ibiporã, até a manhã de sábado ninguém havia sido preso. As investigações seguem em sigilo, mas o delegado afirmou que deve ter novidades ao longo da semana. (Aline Machado Parodi/Grupo Folha)