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SURPRESAS - Londrina terá 8 deputados em Curitiba e Brasília

07 out 2018 às 23:28

Londrina terá quatro deputados estaduais e quatro federais nos próximos quatro anos. Tiago Amaral (PSB), Cobra Repórter (PSD) e Tercílio Turini (PPS) conseguiram a reeleição na Assembleia Legislativa. A surpresa foi Boca Aberta Júnior (PRTB), mais conhecido como Boquinha, filho do ex-vereador cassado Boca Aberta (PROS), eleito como deputado federal. Os outros três representantes da cidade em Brasília são Filipe Barros (PSL), Diego Garcia (PODEMOS) e Luiza Canziani (PTB).
Eleito para seu terceiro mandato na Assembleia Legislativa, o médico londrinense Tercílio Turini (PPS) obteve 46.100 votos. Ele afirma que a disputa na região Norte é muito difícil por grande número de candidatos. "Outras cidades não lançam tanto candidato. Isso acaba dispersando muito os votos. De acordo com Turini, a cidade e região poderiam ter mais representantes na Assembleia. Ele ressalta que, além da pulverização de votos devido ao alto número de candidatos, há muita gente votando em políticos de fora. "O candidato mais votado (Delegado Francisquini – com mais de 427 mil) teve 30 mil votos só em Londrina. E deve ter pisado só uma ou duas vezes na cidade."
Eleito para o segundo mandato com 46,9 mil, Cobra Repórter (PSD), também afirmou que a eleição foi complexa devido ao descrédito em relação aos políticos. "Trabalhamos muito e o povo aprovou nosso trabalho, tanto que fizemos mais votos que na outra eleição." Do mesmo partido do governador eleito, ele acredita que o mandato será bem positivo.
Outro reeleito da região, Tiago Amaral (PSB), definiu a eleição como "maluca". Ele obteve 79,4 mil votos diz que vários fatores influenciaram para que a campanha fosse diferente. "O descrédito em relação à política é enorme. E a eleição foi toda pela internet. Se não fosse a internet, a abstenção seria muito maior", alega.
No próximo mandato, ele quer se firmar como o candidato da região. "Minha relação com o governo eleito é excelente. Somos amigos e trabalhamos juntos (no governo Beto Richa)", afirma. Quanto ao segundo turno presidencial, diz que, mesmo que o PSB decida apoiar Fernanddo Haddad (PT), ele vai de Bolsonaro. "Vou alinhado com o Paraná que votou em peso no candidato do PSL."

Federal
Eleita aos 22 anos com cerca de 90 mil votos, Luisa Canziani (PTB) diz que o bom resultado se deu por conta da soma entre a expressão política do pai, Alex, "com novas ideias que a campanha trouxe", afirma. "Meu pai tem um grande legado, foi uma grande liderança conosco, mas, também, nós trouxemos novas ideias para a campanha voltadas aos jovens então foi um conjunto de fatores que nos fizeram vitoriosos", afirma.
Questionada sobre a pouca idade em contraste com o grande número de deputados mais experientes no Congresso Nacional, disse que isso não será nenhum problema. "Nós somos jovens mas eu me sinto plenamente preparada e mais do que isso, eu sei da responsabilidade que é estar em um cargo de deputada federal, representar as pessoas, eu tenho essa plena clareza. Então eu encaro isso com muita naturalidade e democracia é isso, nós precisamos de representatividade nas mais variadas faixas etárias, setores sociais, isso é democracia", diz.
O Grupo Folha tentou falar com todos os candidatos eleitos, mas não conseguiu até o fechamento desta edição.

Requião e Beto fora do Senado: Oriosvisto e Arns surpreendem
Oriovisto Guimarães (Podemos) e Flávio Arns (Rede) surpreenderam na reta final e ficaram com as duas vagas do Paraná no Senado, desbancado os ex-governadores Roberto Requião (MDB) e Beto Richa (PSDB), que ficaram na terceira e na sexta colocações respectivamente.
Com 99,97% das seções apuradas, o Professor Oriovisto marcou 29,17% dos votos, e Arns, 23%. Requião acabou com 15,08%. Já Richa, com 377.738 mil votos, teve um desempenho ainda mais baixo do que as pesquisas de intenção de voto apontavam na última semana: terminou com 3,73% dos votos, atrás de Alex Canziani (PTB) e Mirian Gonçalves (PT). Oriovisto fez 2.956.384 de votos.
"É claro que eu tinha esperança de sair vitorioso, mas eu recebi [a vitória] com uma satisfação enorme", disse Guimarães ao ser questionado se houve surpresa com o resultado. Ele falou à imprensa ao lado de Ratinho Junior (PSD), no TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná), por volta das 19h20 de domingo (7), depois de uma entrada tumultuada no prédio, que estava lotado de apoiadores.
"Essa identificação da população com a minha mensagem é algo que me deixa com ainda mais fé de que vou poder realmente lutar por essas propostas no Senado. Acho que o povo está falando isso, claramente, com a votação que eu tive", comemorou.
O senador eleito disse que, ao lado de Alvaro Dias (Pode) e de Arns, formará "um time de senadores como o Paraná nunca teve: coesos, brigando, pleiteando para ajudar o Estado com tudo o que a gente puder trazer", disse.
Em nível nacional, Guimarães disse que seu principal compromisso será no combate à corrupção, juntamente com a agenda de reformas. Ele deixou implícito que apoiará o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno ao afirmar que espera que o PT não esteja na Presidência. "Não sendo o PT, vai ser fácil trabalhar. Acho que o Brasil está cobrando decisão, solução. A partir de 1.º de janeiro, o Paraná e o Brasil serão outro estado e outro país. Quero atuar nesse sentido", disse.

Rafael Costa Grupo Folha


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