O médium João de Deus se entregou às autoridades e foi preso neste domingo, 16, em Abadiânia, na região central de Goiás. Com prisão decretada por suspeita de abuso sexual contra mais de 300 mulheres, João de Deus se apresentou ao delegado-geral de Goiás na tarde deste domingo em Abadiânia.
Ele foi levado para Goiânia, para a Delegacia Estadual de Investigação Criminal (Deic) onde prestou depoimento sobre as denúncias de abuso sexual. O líder espiritual teve o mandado de prisão decretado no fim da manhã de sexta-feira, 14.
O delegado André Almeida afirmou ao jornal "o Estado de S. Paulo" no sábado, 15, que o interrogatório será "longo e detalhado". Em virtude da idade - 76 anos - e dos crimes pelos quais é acusado, a expectativa é que o médium seja lotado em uma cela individual no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia para cumprir prisão preventiva.
A defesa de João de Deus afirmou que planeja apresentar um pedido de habeas corpus para suspender a prisão preventiva. No sábado, o advogado Alberto Toron afirmou que não há contemporaneidade entre as denúncias contra o médium e sua necessidade de prisão. "Os fatos são antigos e não aconteceu nada de novo que justificasse a prisão", declarou.
Toron, que representa João de Deus, negou movimentações suspeitas de R$ 35 milhões na conta e aplicações financeiras e afirmou que o líder espiritual não planejava deixar o País. "O dinheiro não foi sacado, o senhor João de Deus apenas baixou as aplicações. Não houve movimentação. Ele não sacou o dinheiro do banco e não estava fora do Estado", afirmou Toron.
