No fim de setembro foram inauguradas duas das três novas passarelas previstas para serem entregues este ano. Uma está localizada em frente ao terminal do Acapulco, na zona sul de Londrina, e a outra no jardim Silvino, em Cambé (Região Metropolitana de Londrina). A terceira, que fica localizada em frente ao Iapar, foi danificada depois de uma colisão de um automóvel contra os pilares da estrutura da passarela, no início de setembro (Veja box sobre a reconstrução).
As estruturas são mais do que necessárias para a mobilidade da população que trabalha ou mora nas imediações da rodovia, no entanto muitos moradores e comerciantes têm criticado o modelo adotado, destacando que ele induz os pedestres a se arriscarem a atravessar a rodovia com risco de atropelamentos.
A reportagem constatou que a maior reclamação é que a rampa é contínua e não possui um ponto de descanso no meio - sem inclinação - como existe no modelo existente na própria rodovia PR-445, nas proximidades da Faculdades Pitágoras, com estrutura metálica amarela. Isso dá a impressão de que ela é mais longa do que as demais e essa sensação acaba inibindo o seu uso, embora a maior crítica ainda seja contra a preguiça das pessoas.
O empresário Sílvio Carlos Martins possui um estabelecimento próximo da passarela do Jardim Acapulco. "Eu acho que falta conscientização. O pessoal continua pulando a mureta da rodovia, mesmo com a passarela", destacou.
A comerciante Márcia Buba tem uma loja de material de construção há 28 anos no mesmo local e ouviu muitas reclamações de clientes em relação a passarela recém-instalada. "O que a gente ouve falar de nossos clientes é que a passarela se tornou muito extensa. Os pedestres ainda pulam a barreira existente entre as pistas. As pessoas mais idosas não usam a passarela, devido à sua extensão longa. Não acho que a passarela tenha sido bem feita", afirmou.
A zeladora aposentada Elza Fernandes Luciano, 74, discorda. Ela estava no terminal urbano do jardim Acapulco e relatou que a benfeitoria facilitou a sua vida. "Eu moro no Acapulco. Quando eu preciso ir para a igreja, eu a utilizo. Antes eu não conseguia passar por lá, porque tinha que esperar o movimento intenso dos carros. Eu preferia ir até o viaduto (com a avenida Dez de Dezembro), porque era mais seguro, a ter que atravessar pela mureta. Agora, com a passarela, ficou ótimo", declarou.
No jardim Silvino, onde foi instalada a outra passarela, o motorista Edmar Aparecido Monteiro Rocha observou que o trânsito no trecho ficou bom. "A passarela evita que os pedestres atravessem na frente dos carros. Antes as pessoas sempre arriscavam passar na frente dos carros", declarou. A caixa de supermercado que fica ao lado dessa estrutura, Daiele Lima Gonçalves destacou que muitos não iam ao supermercado, porque não havia passarela. "Ela foi inaugurada há um mês e melhorou o movimento do mercado em 70%. Agora as pessoas vem com carrinho de feira pela passarela."
O pedreiro João Batista Rigoni, 54, mora no Jardim Santo Amaro, em Cambé, e sempre passa pela passarela. "Eu dirijo e passo por aqui para vir no mercado. Vejo que os pedestres passam mais de manhã e na parte da tarde. Agora as pessoas quase não circulam pela rodovia. Está todo mundo preferindo andar pela passarela", apontou.
As passarelas precisam, antes de tudo, ser seguras. Por este motivo existe a previsão da reforma da estrutura localizada no Parque Ouro Branco (zona sul), conhecida como "Passarela do Medo", próxima ao Hospital da Zona Sul. Como as paredes são de concreto, isso acaba estimulando a ação de criminosos, que não são vistos. Um projeto do DER prevê a substituição da antiga estrutura de concreto por uma de metal, com telas no lugar das paredes, melhorando a visibilidade.
Reconstrução da passarela do IAPAR começa em dois meses, diz DER
Dois meses. Este foi o prazo que o superintendente do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) em Londrina, Sergio Selvatici, estimou para que a reforma da passarela que fica em frente ao IAPAR seja iniciada. Segundo ele, foram convidadas quatro empresas, inclusive a que projetou e executou a obra, para ser elaborado um projeto de reforma e a perícia da estrutura. "Já escolhemos a proposta mais vantajosa e a expectativa é de que até o início desta semana possamos receber os projetos, já que o prazo de 10 dias já expirou", comentou.
Depois de receber os projetos, será realizado um orçamento pelo DER de Curitiba. E quem deve colocar a mão na massa será a mesma empresa que construiu as estruturas. "Para que ela não perca a responsabilidade sobre a obra", justificou Selvatici. Todo o serviço, estima o superintendente do DER, deve custar em torno de R$ 100 mil. Deverão ser feitas as recuperações nos pilares afetados pelo acidente mais a parte da laje da passarela. Ele garantiu da forma que a estrutura está disposta no local, não há risco de desabamento.