Faixas de pedestres foram colocadas no início da avenida Presidente Eurico Gaspar Dutra, no conjunto Cafezal, zona sul. De janeiro pra cá, foram 16 ocorrências registradas em toda avenida: 8 quedas de veículos e 5 colisões. Atropelamentos, capotamentos e choques contra anteparo somam uma ocorrência cada. A sinalização foi colocada pouco mais de um mês depois do atropelamento que vitimou Zenaide Lurdes de Jesus Bernardo, de 62 anos, e sua neta Emily Vitória Aparecida Bernardo, de apenas sete. O condutor, Matias Manoel de Souza, 61 anos, parou no local e fez o teste do bafômetro, que não apontou embriaguez.
Naquele mesmo mês, foi a vez de outro acidente deixar a população assustada. Felipe Brito, de 21 anos, sofreu fraturas na lombar, braços e costela ao bater sua moto Yamaha YBR 250 contra um Fiat Uno, que fazia uma conversão. Felipe bateu na lateral do veículo e com o impacto foi arremessado para a canaleta que existe por ali. Os dois acidentes acenderam o sinal de alerta do Município e a população, que já estava na bronca, ficou mais pistola e pediu providências.
O NOSSODIA então foi lá sentir a reação dos moradores com a nova sinalização. A auxiliar administrativa Edna dos Santos Paula disse que ainda não conseguiu sentir a diferença. "A gente ainda sente medo. No acidente da senhora (Zenaide), um carro parou mas o outro não. Mesmo na faixa, a gente fica com um pé atrás na hora de atravessar", confessou.
Diferente de Edna, Joselaine Gonçalves Santos, que trabalha em uma distribuidora de bebidas, já sentiu um maior respeito por parte do motorista. "Estão mais atentos, mas o trecho ainda está complicado. Até assimilarem que agora existe uma faixa aqui vai demorar", apontou.
No início da faixa, a promotora de vendas Leonice Aparecida Bazoni teve que esperar três carros avançarem para, enfim, conseguir atravessar. Mesmo com o caminho livre, ela apertou o passo. "Espero os veículos das duas faixas pararem para daí eu atravessar. Mesmo assim muitos não respeitam. Já é perigoso com a faixa, imagina sem? Pelo menos poderiam respeitar a velocidade máxima" observou.
O operador de máquinas Jairo de Azevedo foi além e fez duas sugestões. "Agora ficou melhor, mas você ainda pode ver que mesmo na faixa, as pessoas passam correndo com medo de serem atropeladas. Acho que deveria ter uma placa logo depois do viaduto da PR-445 indicando que tem faixa de pedestre aqui, porque o povo vem ‘chutado’. Também sugeriria colocar parapeitos nessa valeta, para não acontecer igual o motorista", concluiu.
A reportagem procurou a CMTU para saber de outros pontos que podem ter a sinalização reforçada, mas não teve retorno até o fechamento desta edição.