O Outubro Rosa está em pleno vapor e o combate ao câncer de mama ganha destaque entre as mulheres e toda a população mundial. Aqui na cidade, a Secretaria Municipal de Saúde realiza diversas atividades durante o mês nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Serão realizadas ações para intensificar a prevenção da saúde da mulher, com foco no câncer de mama e de colo de útero, aumentando a oferta de coleta e exames.
Os exames preventivos ginecológico e clínico de mamas serão reforçados ao longo do mês. A programação também visa intensificar as orientações e serviços sobre outros aspectos de saúde buscando a melhoria da qualidade de vida da população. No dia 20 de outubro, Londrina terá o "Dia D" da campanha, quando todas as UBSs da área urbana, além do distrito de Guaravera, estarão abertas das 8 às 14 horas. Haverá avaliação médica, coleta de preventivos para mulheres de 25 a 64 anos, agendamento de mamografia, realização do autoexame, solicitação de exames e ações educativas.
Pesquisa traz alerta vermelho
Pesquisa da Sociedade Brasileira de Mastologia, em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia, revela um baixo número de mamografias efetuadas no ano passado por mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos. Foram realizadas 2,7 milhões de mamografias, contra 11,5 milhões previstos. A cobertura foi de 24,1%, inferior aos 70% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
"O número de mamografias caiu muito. Em algumas regiões, ele é ridículo", observou o presidente da SBM, Antônio Luiz Frasson. "A gente está fazendo, em algumas regiões, 5% ou até menos do que seria recomendado". Para o presidente da SBM, esse é um problema de gestão municipal, que depende de recursos destinados à saúde. "É basicamente um problema econômico".
Frasson atribuiu ao sucateamento da infraestrutura - materiais e equipamentos - a razão para o baixo índice de exames feitos, além de dificuldade de pessoal. Em contrapartida, os estados do Sul e do Sudeste apresentam os melhores resultados de mamografia.
Reconstrução das mamas
O presidente da SBM informou que a reconstrução das mamas melhorou muito no Brasil. "Ainda não chegou no ideal, mas nos últimos dez anos, a gente praticamente duplicou o número de mulheres que têm acesso à reconstrução". Atualmente, cerca de 30% das mulheres têm as mamas reconstruídas no Brasil.
Frasson disse que nem todas as pacientes podem ter os seios reconstruídos. Existem limitações para isso, como fatores intercorrentes, tumores localmente avançados, mulheres diabéticas, hipertensas. "Não é toda mulher que é candidata à reconstrução".
De modo geral, segundo o mastologista, hoje, em algumas regiões, 90% das mulheres que são candidatas à reconstrução conseguem fazer essa cirurgia. Muitos médicos estão capacitados a fazer a reconstrução no Brasil, sejam mastologistas ou cirurgiões plásticos. "Isso melhorou muito o quadro da reconstrução mamária no Brasil".
Além da realização de consultas e exames periódicos, a SBM reforça a importância de as brasileiras manterem hábitos saudáveis de vida, o que inclui a prática regular de exercícios, dietas com baixo teor de gordura, combate à obesidade. Esses fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver câncer de mama, sobretudo nas mulheres após a menopausa. A SBM preconiza a realização da mamografia anualmente para todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade.