Um vídeo de sexo explícito está dando o que falar em um bairro da Zona Norte de Londrina. As cenas, que estão sendo repassadas por telefones celulares, mostram uma garota que teria 13 anos mantendo relações sexuais com um outro adolescente. A relação é testemunhada por outros três jovens, aparentemente, também menores de idade. Além da orgia, o grupo aparece fumando maconha e pedindo "vinho" e cigarro. Os garotos podem responder por estupro de vulnerável, pois, segundo informações, a menina teria menos de 14 anos.
O NOSSODIA teve acesso ao vídeo e foi até o bairro para apurar as informações. Encontrou os moradores indignados. Por se tratar de adolescentes em idade escolar, o jornal decidiu preservar o nome do bairro e outras informações que pudessem identificar os envolvidos.
"Isso está acontecendo aqui porque não tem investimento das autoridades em projetos sociais e assistenciais voltados para os jovens", lamentou um comerciante local. "Muitos garotos saem da escola, não têm o que fazer durante o resto do dia e acabam se envolvendo com coisas erradas", criticou o morador. "Os pais saem de casa para trabalhar e não têm sossego porque muitos jovens estão se envolvendo com drogas", desabafou.
Sobre o vídeo polêmico que causou indignação em muita gente, os moradores contam que as pessoas que aparecem nas imagens vivem, ou viviam, no bairro. "A menina estuda na escola daqui. Já os outros envolvidos acabaram sumindo. Nunca mais me encontrei com eles", contou um homem, que não quis ter o nome divulgado.
Segundo um outro morador, a garota que aparece na imagem teria se mudado há pouco tempo para um sítio na região e frequentaria a escola do bairro. "A gente ficou sabendo que ela e outros jovens são usuários de droga. Ela era de São Paulo", destacou um outro homem.
O NOSSODIA buscou informações na escola do bairro sobre a adolescente e os demais envolvidos. Porém, a responsável pelo colégio não quis falar sobre o assunto e nem confirmou a matrícula da garota. (Paulo Monteiro/NOSSODIA)

O promotor da Vara da Infância e Juventude, Márcio Bergantini, lembrou que divulgar material contendo cenas de sexo envolvendo adolescentes também é crime. Quem for descoberto compartilhando vídeo, fotos ou qualquer outro tipo de imagem com conteúdo sexual também pode ser chamado para dar explicações à Polícia.
Bergantini alertou ainda que os pais devem conversar com os filhos sobre sexo e procurar saber o que fazem em seu tempo livre ou quando estão entre amigos. Ele orientou também que os pais devem ficar atentos ao uso que uso os filhos estão fazendo de câmeras fotográficas e celulares que registram imagens. (P.M.)

Assim que recebeu o vídeo, o NOSSODIA contatou o Conselho Tutelar da Zona Norte. Segundo a conselheira Marina de Andrade Bárbara, o órgão não tinha conhecimento dos fatos. Ela adiantou que vai encaminhar o vídeo à Delegacia da Mulher. "Se realmente for comprovado que a garota tem 13 anos e participou das imagens junto com as outras pessoas, será caracterizado o estupro de vulnerável", salientou. "Pela idade, ela não tem condições de compreender os riscos, mesmo que tivesse consentido com o que aconteceu" observou a conselheira.
O promotor da Vara da Infância e Juventude de Londrina, Márcio Bergantini, reforça que como a garota é menor de 14 anos, o ato sexual é enquadrado como estupro de vulnerável. Situação agravada pelo uso de álcool e outras drogas. A punição pelo ato infracional pode variar desde advertência até internação.
O promotor adianta que irá investigar o caso para apurar se há outras pessoas envolvidas. E também os pais serão chamados para prestar esclarecimentos. (P.M.)