Profissionais em busca de oportunidades de trabalho devem ficar atentos às vagas temporárias esperadas para esta época do ano período em que empresas tradicionalmente procuram reforçar seus quadros para dar conta das compras de Natal e Ano Novo. No compasso da recuperação lenta da economia nos últimos anos, as oportunidades temporárias já foram melhores particularmente em Londrina, onde a demanda não chega a ser percebida pelo Sine (Sistema Nacional do Emprego), segundo Joenes Alcantara Júnior, diretor do órgão. "Desde 2014 essa demanda é tão pequena que as empresas não chegam a procurar o Sine", conta.
Entretanto, um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) estima que, nos próximos meses, cerca de 59,2 mil vagas serão abertas nos segmentos de comércio e serviços. No mesmo período de 2017, foram 51 mil postos. Dos empresários que vão contratar, 43% pretendem empregar temporários.
Já há vagas disponíveis, por exemplo, em empresas como a Labor Trabalho Temporário, de Londrina, e a RH Nossa, em Curitiba. Elas podem ser boas chances para se recolocar no mercado, segundo profissionais de recursos humanos ouvidos pela FOLHA. "É uma oportunidade para o profissional que está desempregado ingressar em uma empresa e permanecer", diz Luciana Genta, gerente comercial da Labor. "É uma porta de entrada", diz.
Segundo Genta, de fato houve redução no volume de vagas, mas o perfil sazonal continua presente, com as oportunidades mais frequentes sendo encontradas em lojas e supermercados de Londrina. Áreas como logística, necessárias para lidar com o alto fluxo de mercadorias esperado para o final do ano, também costumam oferecer vagas, segundo Pedro Gonçalves de Lima, coordenador de recrutamento e seleção da RH Nossa, em Curitiba. "Esse aumento, consequentemente, gera demanda na produção, onde também há abertura."
A maioria das oportunidades temporárias são para funções operacionais, conforme explica Juliane Antonio, especialista em recursos humanos da Luandre. Assim, dependendo da experiência profissional e a senioridade do profissional, utilizar essas vagas como forma de acessar uma empresa pode significar uma regressão na carreira. "Mas tudo depende do quanto ela quer essa oportunidade", diz. "Estamos nos deparando com pessoas que estão dando passos atrás na carreira para poder entrar numa empresa, quem sabe ser efetivadas e ter carreiras ascendentes lá dentro. E a probabilidade é grande", conta ela.
Organize-se
Para início de conversa, é preciso ficar de olho para não perder essas oportunidades, que costumam ter processos de seleção acelerados. O principal meio usado para iniciar esse tipo de recrutamento é a internet. "Sair para distribuir currículo pode ser perda de tempo", diz Lima.
Também é necessário estar totalmente acessível no canal disponibilizado para as consultorias entrarem em contato. "O ideal é deixar o currículo atualizado, com até três telefones", explica o coordenador de recrutamento e seleção. "Quando tenho de selecionar 30 pessoas em uma semana, se o candidato não atender no primeiro contato, não vou insistir. Vou ligar no máximo duas vezes. Se não atendeu, passo para o próximo."
Assim como para qualquer outro processo seletivo, um currículo bem feito é fundamental. "Como tem muita gente procurando, as empresas podem se dar ao luxo de serem criteriosas mesmo na escolha de temporários", explica Lima.
Uma boa rede de contatos também pode ser decisiva. Segundo Juliane Antonio, é comum que, diante de grandes volumes de pessoas recrutadas, os próprios participantes do processo indiquem amigos.
O tempo, a essa altura, também urge. Na maioria dos casos, todos os colaboradores temporários já precisam estar com tudo em ordem para começar já em novembro, o que significa que os processos já estão em andamento. "Há vagas novas diariamente", diz Antonio. (Rafael Costa/Grupo FOLHA)