Os clubes da Série B ameaçam paralisar a competição em razão de um problema jurídico envolvendo Coritiba, CBF e TV Globo. O impasse tem gerado atraso do repasse das cotas de transmissão por parte da emissora aos times. Detentora dos direitos de transmissão do Brasileiro, a Globo encaminhou um aditivo ao contrato que tem com o Coxa para renovar o vínculo - que se encerra este ano - até 2022. Como já tem acordo com o Esporte Interativo a partir de 2019, o clube paranaense alegou estar impedido juridicamente de assinar a proposta.
Coritiba e Goiás são os únicos times desta Série B que possuem cotas diferenciadas, em razão de terem jogado a Série A nos últimos anos. Todos os demais clubes recebem R$ 8 milhões, entre cotas fixas e recursos de logística. Coxa e Goiás estão amparados pela chamada "Cláusula Vasco", que garante uma remuneração maior em caso de queda dos grandes clubes. Esta regalia será extinta a partir do ano que vem.
A proposta de renovação até 2022 foi enviada também ao Goiás, que já assinou com a Globo. Diante da negativa do Coritiba, a TV não repassou a cota aos clubes referente ao mês de outubro, de R$ 400 mil, o que gerou insatisfação dos demais 18 participantes. As equipes chegaram a formalizar um protesto e várias são a favor da paralisação.
No final de setembro, a CBF convocou os clubes e detalhou a situação. Um representante da Globo também esteve presente e afirmou que a emissora não iria ceder se o Coritiba não assinasse o aditivo por mais quatro anos. Procurado, o Londrina informou, através da assessoria de imprensa, que não iria se pronunciar de forma individualizada, já que os clubes estão formando uma comissão para tratar do assunto. A CBF apenas informou que está acompanhando a negociação e aguardando uma solução.