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Nossa crônica

13 jan 2019 às 19:13
O perfume é o tempo a nos ensinar que as efemeridades da vida vão e vêm a cada vez que o vento nos traz de presente uma fragrância que desperta as mais inusitadas sensações. O cheiro da terra molhada, em dias nos quais a chuva vem encontrar o solo árido, desperta em mim as lembranças de tardes da infância. Época em que o sol era bilhete de entrada para as brincadeiras na rua e a menor gota de chuva vinha anunciada com o grito materno: ‘entra, está chovendo!’ O aroma da cozinha quando a massa do bolo está assando é o sim que a memória precisa para fazer viver a lembrança das crianças ansiosas para que a guloseima seja logo servida. O café logo ao amanhecer invade o ambiente e deixa a mente invadida pelas reminiscências de um outro ambiente e de uma outra época. Dentre os cremes que já usei para passar na pele, há um que desperta as lembranças do coração. Basta um movimento e a pele faz reviver a doce presença do amor. Cheiros são pedacinhos de memória, são pedacinhos de possibilidades que permitem reviver a magia do instante, a alegria de uma época e ter a presença daqueles que não mais comigo estão. Quando o dia amanhecer cinza e o aroma da vida se fizer pesado, busque no perfume da memória um caminho para reviver as sensações as quais permitem concluir que a vida vale cada instante e a fugacidade do tempo se renova nos instantes marcados pelo perfume do coração.

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