Fui convidada a um passeio diferente no último final de semana. Conhecer um dos distritos de Londrina. Lá chegando, constatei que ainda existem lugares nos quais a vida corre lenta. Atravessar o vilarejo é um passeio em meio à rua calçada por blocos, banhada pela poeira vermelha que caracteriza a região e cortada pelo cavalo que se sente dono do espaço. Ainda existem lugares em que o pressentimento de que o tempo passa com menos ligeireza faz brotar a sensação de paz e tranquilidade que são acentuadas pelo verde abundante, pela coruja que se impõe no galho no amanhecer primaveril que prenuncia o verão. Ainda existem lugares em que o falar das pessoas revela a simplicidade daqueles que vivem longe das espertezas da cidade, mas conhecem bem os deleites da vida pacata e sem relógio. Um giro de pouco menos de 50 quilômetros e a sensação de que a vida pulsa de forma intensa e livre, todavia lenta e doce onde não há resquícios daquilo que nos torna ébrios, a que chamamos progresso.
