Espanto
No dicionário de latim, o verbo espantar tem sua raiz em expaentare, refere-se a espantar-se, atemorizar-se. No dicionário de Língua Portuguesa, há a indicação de que o verbete vem do latim vulgar expaventare, igualmente significa assustar-se, atemorizar-se, mas pode também ser empregado com a ideia de fascinar-se, surpreender-se, encher-se de admiração. Que bom que a nossa língua é polissêmica e as palavras expandem sua definição. Aliás, expandem, aumentam, amplificam, espalham, alastram, ou seja, ganham vários significados. Gosto de pensar na ação de me espantar com o sentido positivo empregado na palavra. Espanto-me com alunos que se superam e se mostram muito mais capazes do que nós, professores, imaginávamos que fossem. Espanto-me com a sagacidade de crianças para captar certas ironias que alguns adultos, sequer, sonham o que significam. Espanto-me com a doçura de algumas pessoas que me mostram, dia a dia, que o amor existe e a vida vale a pena. Eu poderia ainda enumerar tantas e tantas situações em que o espantar está ligado ao surpreender-me. Porém, ando mesmo pensando nessa palavra em seu sentido mais aterrorizador, o de atemorizar. Espanta-me acordar pela manhã e ouvir no noticiário alguns nomes sendo postos à frente do sistema educacional sem que tenham, de fato, um percurso inerente à jornada escolar, sem que conheçam a realidade dos muitos brasis que estão dentro do Brasil. Espanta-me o brado de que as escolas são lugares de doutrinação pecaminosa, quando, na verdade, os que bradam, não conhecem a realidade de que falam, tampouco tem seus filhos estudando em uma escola pública. Espanta-me a inocência de um povo que se julga tão astuto para dar um jeitinho em todas as situações; todavia, não tem sagacidade para entender que os tempos são de menor acentuamento das questões de desigualdades racial e social, as quais deveriam estar no centro da cena, mas são coadjuvantes frente a um pacto dos donos do poder para perpetuar uma sociedade cruel forjada numa pseudoliberdade.
No dicionário de latim, o verbo espantar tem sua raiz em expaentare, refere-se a espantar-se, atemorizar-se. No dicionário de Língua Portuguesa, há a indicação de que o verbete vem do latim vulgar expaventare, igualmente significa assustar-se, atemorizar-se, mas pode também ser empregado com a ideia de fascinar-se, surpreender-se, encher-se de admiração. Que bom que a nossa língua é polissêmica e as palavras expandem sua definição. Aliás, expandem, aumentam, amplificam, espalham, alastram, ou seja, ganham vários significados. Gosto de pensar na ação de me espantar com o sentido positivo empregado na palavra. Espanto-me com alunos que se superam e se mostram muito mais capazes do que nós, professores, imaginávamos que fossem. Espanto-me com a sagacidade de crianças para captar certas ironias que alguns adultos, sequer, sonham o que significam. Espanto-me com a doçura de algumas pessoas que me mostram, dia a dia, que o amor existe e a vida vale a pena. Eu poderia ainda enumerar tantas e tantas situações em que o espantar está ligado ao surpreender-me. Porém, ando mesmo pensando nessa palavra em seu sentido mais aterrorizador, o de atemorizar. Espanta-me acordar pela manhã e ouvir no noticiário alguns nomes sendo postos à frente do sistema educacional sem que tenham, de fato, um percurso inerente à jornada escolar, sem que conheçam a realidade dos muitos brasis que estão dentro do Brasil. Espanta-me o brado de que as escolas são lugares de doutrinação pecaminosa, quando, na verdade, os que bradam, não conhecem a realidade de que falam, tampouco tem seus filhos estudando em uma escola pública. Espanta-me a inocência de um povo que se julga tão astuto para dar um jeitinho em todas as situações; todavia, não tem sagacidade para entender que os tempos são de menor acentuamento das questões de desigualdades racial e social, as quais deveriam estar no centro da cena, mas são coadjuvantes frente a um pacto dos donos do poder para perpetuar uma sociedade cruel forjada numa pseudoliberdade.