CA noite estava das mais agradáveis. Céu limpinho, vento ameno, temperatura agradável. O torcedor londrinense cumpriu a tarefa e lotou o Estádio do Café, público de vinte e quatro mil torcedores. Bandeira tremulando; celulares com lanternas acesas como que para iluminar os pés dos jogadores rumo ao gol; grito de ‘Vai tuba’ bem afinado e uma torcida organizada para apoiar o Londrina na noite de sexta. Começo de jogo tenso, e a gente animada dando gritos de incentivo ao alviceleste. Euclides da Cunha constatou: ‘o sertanejo é, antes de tudo, um forte’ e os alagoanos, com aquela garra comum ao nordestino, mostraram que são fortes mesmo e, logo no início do jogo, colocaram os pés vermelhos na roda e gol. Os donos da casa não esmoreceram e dominaram praticamente todo o primeiro tempo. Chutaram muito para o gol, mas não sei se o vento não colaborou, se a noite cegou os jogadores, se o santo do outro lado era forte demais ou se o chute era ruim mesmo, o fato é que nosso gol só saiu num pênalti, aos vinte e seis do primeiro tempo. O grito ficou mais ou menos entalado na garganta. Mais ou menos porque, claro, o juiz ouviu todos os elogios habituais. Um jogador caído ali, outro caído lá e o carrinho do socorro correu dentro do campo mais do que alguns jogadores. Inicia o segundo tempo, e o Londrina continua sua saga rumo à rede. Chutes aos montes, gol nenhum. Uma pena, dominar a bola não quer dizer ser vencedor, e os alagoanos sabendo disso: pimba... mais uma vez colocaram a redondinha no lugar tão desejado. Nessa hora, os torcedores deram uma esfriada e a debandada do estádio começou. Faltavam dez minutos para terminar, determinação ao Tubarão não faltou, assim como não faltou à torcida o reconhecimento de que o time se esforçou e fez um bom jogo, sem vitória, mas bom. Aplaudido o Londrina se despediu de sua casa. Saímos do estádio sem ver o céu azul que gostaríamos. Agora, esperar o próximo jogo ou guardar os fogos para a festa de ano novo.