Sui generis
Um dia, sim, seremos todos esquecidos. É a vida e nada podemos fazer. O que nos parece importante, grave, pesado de consequências, um dia será esquecido e deixará de ter importância. E o curioso é que não podemos saber hoje o que um dia vamos considerar grande ou importante, medíocre ou ridículo. As palavras anteriores não são minhas, são de Anton Tchekhov, escritor russo do século XIX, de escrita objetiva, um daqueles autores que, ao ler uma página por ele escrita, não queremos mais largar o livro. Frente à leitura de Tchekhov, soa pesada a constatação de nossa fugacidade, mas é real.
Quantas vezes centramos nossas energias em uma situação que julgamos a única que mereça ser cuidada naquele momento e, de repente, ela se torna segundo plano? Quantas vezes dedicamos tempo a uma pessoa e, como num passe de mágica, a pessoa torna-se mera personagem coadjuvante? Tenho pensado muito na transitividade dos fatos, das pessoas, mas também tenho pensado naqueles fatos e pessoas cuja existência se amalgamou à minha e sem eles sequer posso pensar em prosseguir. A simplicidade cansativa do cotidiano, comum a tantas pessoas, permite a letargia para o grande, para o belo que, muitas vezes, constrói-se na pequenez da vida. Decidir as situações e pessoas nas quais debitaremos atenção é escolha nossa, se vão ou não permanecer ao nosso lado, não é escolha, é acontecimento. Enquanto isso, vamos construindo relações de encontros e desencontros e, quando não houver mais pensamentos para a possibilidade de sermos felizes, a oportunidade bate à porta, pois a felicidade é uma recompensa para quem não a procura. Quanto à posteridade, deixe-a para o tempo decidir.
Um dia, sim, seremos todos esquecidos. É a vida e nada podemos fazer. O que nos parece importante, grave, pesado de consequências, um dia será esquecido e deixará de ter importância. E o curioso é que não podemos saber hoje o que um dia vamos considerar grande ou importante, medíocre ou ridículo. As palavras anteriores não são minhas, são de Anton Tchekhov, escritor russo do século XIX, de escrita objetiva, um daqueles autores que, ao ler uma página por ele escrita, não queremos mais largar o livro. Frente à leitura de Tchekhov, soa pesada a constatação de nossa fugacidade, mas é real.
Quantas vezes centramos nossas energias em uma situação que julgamos a única que mereça ser cuidada naquele momento e, de repente, ela se torna segundo plano? Quantas vezes dedicamos tempo a uma pessoa e, como num passe de mágica, a pessoa torna-se mera personagem coadjuvante? Tenho pensado muito na transitividade dos fatos, das pessoas, mas também tenho pensado naqueles fatos e pessoas cuja existência se amalgamou à minha e sem eles sequer posso pensar em prosseguir. A simplicidade cansativa do cotidiano, comum a tantas pessoas, permite a letargia para o grande, para o belo que, muitas vezes, constrói-se na pequenez da vida. Decidir as situações e pessoas nas quais debitaremos atenção é escolha nossa, se vão ou não permanecer ao nosso lado, não é escolha, é acontecimento. Enquanto isso, vamos construindo relações de encontros e desencontros e, quando não houver mais pensamentos para a possibilidade de sermos felizes, a oportunidade bate à porta, pois a felicidade é uma recompensa para quem não a procura. Quanto à posteridade, deixe-a para o tempo decidir.