As placas
Um dia segui uma placa, e ela me conduziu a um lugar especial do qual tenho feito de tudo para não sair. Nesse lugar conheci pessoas fantásticas e uma delas, com quem mantenho amizade sincera há duas décadas, tem me cedido seu tempo para falarmos de assunto que nos interessa: a literatura.
E numa dessas conversas, eu e Dejair, meu amigo, falávamos do episódio da tabuleta, presente em Esaú e Jacó, de Machado de Assis. E discutíamos como o mestre realista foi sábio em refletir sobre a função e não função da placa, ou melhor, da tabuleta, em tempos de temor frente ao futuro político do país. Pelo olhar machadiano, a mudança de governo ganhou narrativa irônica que desvela credos políticos e o individualismo burguês.
Machado ficou no século XIX, mas as placas perpassaram o tempo e nelas nos deparamos com mensagens que vão da repugnância à alegria. Alegria em ver um bem-vindo, grafado em letras garrafais, quando chegamos ao destino depois de longa jornada.
Repugnância ao pensar nas placas que indicam o alto preço do gás de cozinha ou do valor do combustível. As placas construíram histórias de pesar, a exemplo daquelas que serviam para indicar onde podiam ir ou não as pessoas na África do Sul, quando do regime do Apartheid. Em que pese haver hoje uma placa incerta a conduzir meu olhar sobre a nação, penso que, no mínimo, vou buscar me voltar às placas nas quais o respeito, a tolerância, a igualdade e o amor sejam indicados. Quiçá eu as encontre nos anos vindouro e, se isso acontecer, eu possa encontrar outras placas que indiquem o ressoar de vozes históricas, como as de Buda, de Aimè Cesaire, de Mandiba, de Frantz Fanon, de Abdias Nascimento, de Martin Luther King, de Marielle Franco e tantas e tantas outras.
Um dia segui uma placa, e ela me conduziu a um lugar especial do qual tenho feito de tudo para não sair. Nesse lugar conheci pessoas fantásticas e uma delas, com quem mantenho amizade sincera há duas décadas, tem me cedido seu tempo para falarmos de assunto que nos interessa: a literatura.
E numa dessas conversas, eu e Dejair, meu amigo, falávamos do episódio da tabuleta, presente em Esaú e Jacó, de Machado de Assis. E discutíamos como o mestre realista foi sábio em refletir sobre a função e não função da placa, ou melhor, da tabuleta, em tempos de temor frente ao futuro político do país. Pelo olhar machadiano, a mudança de governo ganhou narrativa irônica que desvela credos políticos e o individualismo burguês.
Machado ficou no século XIX, mas as placas perpassaram o tempo e nelas nos deparamos com mensagens que vão da repugnância à alegria. Alegria em ver um bem-vindo, grafado em letras garrafais, quando chegamos ao destino depois de longa jornada.
Repugnância ao pensar nas placas que indicam o alto preço do gás de cozinha ou do valor do combustível. As placas construíram histórias de pesar, a exemplo daquelas que serviam para indicar onde podiam ir ou não as pessoas na África do Sul, quando do regime do Apartheid. Em que pese haver hoje uma placa incerta a conduzir meu olhar sobre a nação, penso que, no mínimo, vou buscar me voltar às placas nas quais o respeito, a tolerância, a igualdade e o amor sejam indicados. Quiçá eu as encontre nos anos vindouro e, se isso acontecer, eu possa encontrar outras placas que indiquem o ressoar de vozes históricas, como as de Buda, de Aimè Cesaire, de Mandiba, de Frantz Fanon, de Abdias Nascimento, de Martin Luther King, de Marielle Franco e tantas e tantas outras.