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Nossa crônica

Por Cláudia Bergamini
24 out 2018 às 19:58

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Quando Fermina Daza passou anos sem falar com o marido, Juvenal Urbino, por causa de um sabonete, não era bem o sabonete o fator a desencadear a intriga entre eles. García Márquez, com a maestria que raríssimos latino americanos demonstraram ter, permite ao leitor entender que o casal já não tinha amor que sustentasse a união e, por isso, uma folha ao chão, na verdade um sabonete esquecido, foi o motivo para que a harmonia aparente se diluísse.
E quando se sente amor em botão e não se esquece o sabonete, mas se olvida de pedir desculpa por uma palavra desencontrada ou, ainda, por ir dormir sem dar boa noite, o que fazer? Pouco dizem as palavras. Na verdade, elas dizem nada. Quem diz mesmo é o acordo existente entre o que fala e o que houve e, quando o acordo é quebrado, nada se diz, ainda que se empreguem as mesmas palavras.
E se resolve tal situação? Depende do prisma com o qual se analisam os fatos. Ser direto assusta. Porém, tem sua vantagem. Diz-se de pronto o que se quer dizer e não se guarda por anos a dor de um sabonete esquecido, como ocorre em "O amor nos tempos do cólera". Nem todos são diretos e o enleio pode tirar o sono, pode tirar o carinho, tirar o contato e, especialmente, o boa noite!
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