Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade

Nossa crônica

Por Cláudia Bergamini
21 out 2018 às 19:33

Compartilhar notícia

siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade
A roseira estava carregada de botões. Os olhos mais sensíveis já a olhavam aguardando o momento certo de colher as preciosidades vermelhas e aveludadas. A colheita tem dia e hora marcados, não adianta pressa quando não é chegado o momento. Se colher antes, os botões não oferecerão a rosa com a mesma qualidade que terão se ceifados no momento exato em que a natureza indica. Tenho pensado muito no tempo de tudo e nos fatos que me cercam.
Se por um lado, há um alvoroço interno motivado por dúvidas sobre o amanhã incerto – porque em que pese o fato de todos os amanhãs serem incertos, sinto que a improbabilidade tem se tornado muito mais efetiva – e cheio de interrogações lançadas, não ao vento, mas ao pensamento que as interpreta para muito longe; por outro lado, tenho pensado em minhas convicções, que não se abalaram com o vento dos últimos dias, tampouco se desfizeram como os botões colhidos da roseira abundante. Ter convicção.
Saber exatamente onde se deseja pisar. Estar seguro de cada passo, de cada decisão, sem inquietação que faça abalar a estrutura do pensamento. As incertezas ficam para os aspectos vários que rondam o mundo, e as certezas, longe de serem transitórias, ficam dentro de mim, tinindo, tinindo... e as ouço intensas, enquanto aprecio o botão de rosa que enfeita minha mesa nesta tarde chuvosa, confiante de que, nos pés, nem sempre há abismo, assim como nas mãos de quem oferece rosa nem sempre há perfume.
Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo