Loira, aproximadamente 30 anos, boa aparência e uma lábia melhor ainda. Estas são as características de uma mulher que vem aplicando golpes em estabelecimentos de beleza em Londrina nos últimos meses. Ela recebe os serviços de embelezamento e sair sem pagar. O NOSSODIA conversou com algumas comerciantes que relataram o "preju" com a tal mulher.
"Ela fez o agendamento por telefone e disse que foi por indicação de uma cliente. No dia, trouxe a filha pequena – de aproximadamente cinco anos - e realizou um corte de cabelo. Na hora de pagar, o cartão não passou. Tentou pela segunda vez e nada. Respondeu que iria no banco sacar o dinheiro, mas a nossa recepcionista a viu sair correndo", contou Rachel Sacca Prado, dona de um salão de beleza na rua Piauí. Além do nome (Luana), o número de celular também era falso, já que a dona ao ligar, não conseguiu retorno. O prejuízo dela foi de quase R$ 400. "Além do corte, ela roubou alguns produtos que o cabeleireiro tinha mostrado à ela".
Em outro salão de cabeleireiro, na esquina da avenida Duque de Caxias com a rua Colômbia, o esquema foi o mesmo: a golpista ligava, realizava os serviços e dava o calote. "Ela queria fazer várias coisas no mesmo dia, como depilação, manicure e pedicure. Disse que estávamos com agenda cheia e então ela dividiu em dois dias. No primeiro, fez apenas a depilação, no valor de R$ 90. Quando o cartão não passou, justificou que o chip poderia estar com defeito, mas como iria retornar no outro dia, deixei ela acertar depois. Fiquei tranquila porque ela veio como indicação de cliente. Jamais desconfiaria de que usaria a filha para aplicar golpe", lamentou Edinéia Aparecida Juliano.
Uma esteticista, que não quis se identificar, comentou que a golpista visitou o seu local de trabalho na semana passada. "Chegou muito bem vestida, acompanhada da filha, quarenta minutos antes, e fez um serviço nos cílios e sobrancelha (R$ 125). Não demonstrou nervosismo nenhum, mas estranhei porque me chamava pelo diminutivo do nome. Isso nem minhas clientes fazem. Mas conversava de tudo com muita naturalidade. Só ficou apressada para ir embora. Quando o pagamento foi recusado, ela perguntou se poderia fazer o depósito. Aceitei e passamos todos os dados. Confiamos porque nunca tivemos problema. Agora me bloqueou no WhatsApp e desativou o chip", explicou a comerciante.
"Na hora do cadastro, ela disse que não havia trazido os documentos. Passou um número falso e que se chamava Adriana. Não estava com a criança", citou a dona de uma clínica de estética e emagrecimento, que também não quis revelar a sua identidade. A limpeza de pele teve o custo de R$ 160 e, claro, não foi paga. "Uma pessoa muito bem articulada, que não levanta nenhuma suspeita. O cartão recusou e quando ela pediu para depositar, ficamos com uma pulga atrás da orelha. Mas ela se apresentou como indicação de cliente, até passando o nome da mesma. O problema é que depois falamos com essa cliente e ela mesmo não sabia. Foi tudo um golpe", completou. (Edson Neves/NOSSODIA)
Polícia Civil pede imagens
O delegado do 1º DP, Edgard Soriani, respondeu que os atos correspondem ao crime de estelionato. "Já constitui um dolo por apresentar nome falso, mais utilizar de um bem e não pagar, também configura estelionato, com pena que varia de 1 a 5 anos mais pagamento de multa". Soriani também disse que a região é muito visada pelo movimento. "Difícil isso acontecer nos bairros, porque a clientela é mais fixa. A área de fuga, no centro, infelizmente é maior. Acima de tudo, é importante registrar o boletim de ocorrência e se possível das imagens das câmeras, para que através delas a polícia possa trabalhar nas investigações", finalizou o delegado. (E.N)