A rua Arcindo Sardo, na zona norte de Londrina, é um dos típicos casos de vias que ficaram pequenas para a quantidade de pessoas que moram ao seu redor. Seja por residências, condomínios ou estabelecimentos comerciais, o fato é que o trânsito por lá não é dos melhores.
O NOSSODIA foi dar um rolê até lá e viu que naquele trecho, onde o fluxo de pessoas é maior, faixa de pedestre não existe. Faixa contínua proibindo estacionamento também não. Com isso, não é raro ver carros estacionados dos dois lados. A rua fica estreita e é um Deus nos acuda nos horários de pico. Para não falar que não existe nenhuma sinalização, uma lombada elevada foi construída quase duzentos metros depois do fim da muvuca, em frente à uma igreja.
A reportagem resolveu escutar quem acompanha a situação todos os dias. O vendedor de móveis Alex Fernando Batilana tem seu comércio por lá há um ano, mas é o tempo necessário para perceber que a coisa está feia. "Uma via dessa tem que andar devagar. É claro que também existe a questão da imprudência do motorista, que abusa da velocidade. É complicado", resumiu.
Alex ainda comentou que dependendo da situação, mesmo com a rua sendo mão dupla, apenas um veículo consegue passar. "Se vem um ônibus, por exemplo, não é qualquer carro que passa. Fica congestionado".
Mariana Ramos, secretária da Escola das Américas, disse que mesmo o portão da rua Arcindo Sardo não sendo o principal, a movimentação dos alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental é grande. "Aqui é uma rua com movimento de avenida. Temos que tomar muito cuidado no horário de entrada e saída de alunos. Muitos nem veem um quebra-molas que tem aqui. É cada freada que assusta. Todo cuidado é pouco", pontuou. Segundo ela, foi feito há cerca de dois meses uma reunião envolvendo a diretoria de escolas particulares e a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização, mas até agora a escola não teve retorno.
Dono de um bazar, Dailton Martins vai mais além. Ele relembrou da década de 1980, quando a rua ficou conhecida como "a via das bicicletas". "É uma área gastronômica. O fluxo de pessoas é grande no horário de almoço e no fim da tarde. Se tem sinalização, uma faixa de pedestres, a pessoa presta mais atenção, se policia", alertou. "Foi uma rua que realmente não acompanhou o crescimento, porque é a única via de acesso à diversos bairros da região", constatou. Dailton fez ainda uma conta rápida para explicar ao NOSSODIA esse crescimento. "Se contar três pessoas por cada apartamento dos residenciais, totaliza quatro mil pessoas. É maior que muita cidade pequena do Paraná. Agora imagina...uma via principal para quatro mil habitantes?", questionou.
Fala, CMTU
A assessoria de comunicação da CMTU informou que "estão tramitando no Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento de Londrina) estudos de viabilidade para uma possível proibição do estacionamento em uma das vias" e também "a implantação de faixas de pedestre" no trecho indicado. Sobre a etapa da tramitação, a CMTU respondeu que "procurou contato com o responsável pelo processo no Instituto mas não conseguiu". A Companhia reforçou que só pode executar algum tipo de alteração após parecer do Ippul. (E.N.)